São Paulo, sábado, 31 de maio de 2008

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Insumo para pesquisa vai acabar, diz bióloga

DA REPORTAGEM LOCAL

As 15 maiores clínicas de reprodução assistida do Brasil, juntas, armazenam hoje 9.914 embriões congelados. A informação consta do mais recente censo realizado pela SBRA (Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida). O problema é que, pelo texto atual da lei de Biossegurança, apenas os embriões que entraram em congelamento antes 2005 podem ser usados em pesquisas, e só há 3.219 nessas condições.
"Vai chegar alguma hora que não vai ter mais embrião", diz Lygia da Veiga Pereira, pesquisadora da USP que tenta derivar a primeira linhagem brasileira de células-tronco embrionárias humanas. Segundo ela, os cientistas tiveram de aceitar o limite quando a lei era negociada. "Foi um preço razoável a se pagar para que se pudesse começar as pesquisas."
Para Pereira, porém, a limitação não deve atrapalhar, por enquanto. "Os embriões que temos de antes de 2005 devem ser suficientes para essa fase de início da linha de pesquisa aqui no Brasil", diz. "À medida que as pesquisas mostrarem resultados mais promissores, a gente pode embasar melhor um pedido para uma alteração na lei. Mas não é coisa para agora."
Segundo Pereira, o aumento do interesse sobre a área também pode ajudar no futuro. "Espero que a gente consiga agora atrair a iniciativa privada para essa área, já que não existem mais questionamentos à legalidade da pesquisa."


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