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Crítica/Restaurante

Inventivo, chef Kanashiro volta à cena

Nova casa de Adriano Kanashiro, que seria um bar de saquê, tem comida como protagonista

JOSIMAR MELO
CRÍTICO DA FOLHA

Boa notícia: Adriano Kanashiro está de volta à ativa, no comando do novo Momotaro, aberto em dezembro.

O lugar foi anunciado como um izakaya -um bar de saquê (e outras bebidas), onde costumam haver petiscos e pequenos pratos para amenizar os níveis etílicos.

Mas nada seria mais falso do que pensar que a comida seria um mero coadjuvante numa casa dirigida por esse chef. O paranaense Kanashiro, 38, construiu sua carreira apostando numa cozinha inventiva, ainda que apegada a raízes japonesas.

Seu primeiro trabalho na área foi em 1992, como ajudante de cozinha no Sea House, em São Paulo. De lá foi trabalhar no By Aoyama (depois By Adriano Kanashiro), quando ganhou fama com sushis diferentes (e de bom gosto).

Em 2005 assumiu o Kinu, no hotel Grand Hyatt, onde além dos sushis esmerados servia interessantes pratos quentes. Ali ficou até 2010, quando começou tratativas para montar uma nova casa.

O Momotaro é de certa maneira um resumo da sua carreira. Muitos dos pratos são dos tempos dos outros restaurantes, alguns mais emocionantes que outros, mas sempre interessantes. O que não existe é o óbvio: se pedirem, a casa até faz, mas não está no cardápio.

Também não imagino ali o uso de shoyu ou raiz-forte: mesmo sushis e sashimis chegam à mesa já temperados e acompanhados de molhos definidos pelo chef.

Como entrada, está o gostoso tomate que dá nome à casa, o momotaro (de origem japonesa, de pouca acidez) com salmão marinado e croûtons de tofu. Detalhe: o tofu é feito na hora e protagoniza outra bela entrada, o yudofu (com tomate, cogumelo eringue e nirá salteados).

Gosta de tempura? Prove o de shiso e uni com molho cremoso de limão. Prefere um empanado? Pode ser o de camarão com coco ralado.

Há sashimi de salmão marinado com ovas de peixe-voador e creme de tofu, algo especial; ou o clássico de Kanashiro, tartar de atum com foie gras, figo, ovas de capelin e flor de sal, sempre muito bom.

Sushi? Todos já vêm com seus temperos e molhos, alguns um tanto esmaecidos, outros mais atraentes -como o sushi prensado com salmão, enguia e avocado com molho tarê.

Outros pratos incluem ostras com molho ponzu, nabo com pimenta e gelatina de saquê; a curiosa versão do yakisoba (macarrão soba em cubos à milanesa, com legumes e carne); e, na sobremesa, o tomate momotaro confitado, bem docinho.

MOMOTARO n-1

Endereço r. Diogo Jácome, 591, Vila Nova Conceição, São Paulo, tel 0/xx/11/3842-5590
Funcionamento seg. a sex., das 19h à 0h; sáb. e dom., das 12h à 0h
Ambiente moderno e vibrante; mas há mesas apertadas nos nichos laterais
Serviço acompanha o pique da casa, já movimentada
Vinhos a estrela é o "vinho de arroz", com boa oferta e recomendação de saquê
Cartões A, D, M e V
Estacionamento com manobrista, R$ 10 (almoço) e R$ 15 (jantar)
Preços entradas, R$ 3 a R$ 34; sushi e sashimi, R$ 22 a R$ 39; pratos, R$ 28 a R$ 49; sobremesas, R$ 13

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