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O faminto

Comida sem frescura

Sumô na Paulista

ANDRÉ BARCINSKI

Tocado por um ex-lutador, Bueno serve caldeirada, barriga de porco, acelga picante e língua grelhada

Quem chega à porta escura e sem placa no número 458 da rua Galvão Bueno, na Liberdade, duvida que ali exista um ótimo restaurante japonês, o Bueno. Há uns dois anos, por indicação de um amigo, fui conhecer o lugar. Virei freguês.

Tocado por um ex-lutador de sumô, o nissei Fernando Kuroda, o Bueno serve o "chanko nabe", espécie de caldeirada, a comida tradicional dos lutadores. Mas o melhor, pelo menos para mim, são as porções, dispostas no balcão:

"buta no kakuni" (barriga de porco cozida), "kimchi" (acelga picante em conserva), "horensô" (espinafre japonês), berinjela e frango empanado. Sou fã também da língua grelhada com "gohan" (o arroz japonês).

Sempre levo amigos ao Bueno. Um deles, o DJ inglês Surgeon, é fanático por sumô e viaja ao Japão todo ano para ver os campeonatos. Ele não só adorou a comida, mas já tinha visto até Fernando lutar.

Há pouco mais de uma semana, o Bueno abriu uma filial na alameda Santos, 835, a um quarteirão da Paulista. Enquanto o restaurante da Liberdade só abre à noite, o novo Bueno funciona só no almoço, de segunda a sexta, servindo "teishokus" para o pessoal da região. Dá para almoçar por R$ 35, R$ 40.

O cardápio tinha o "buta no kakuni", mas a simpática garçonete avisou que, naquele dia, estavam servindo costela de porco no lugar da barriga. Pedi mesmo assim, e não me arrependi. Uma delícia.

Gostei tanto que voltei no dia seguinte e pedi o pirarucu no shoyu. Não lembro de ter provado nada tão bom em almoço executivo. Um amigo escolheu o "karaage ponzucake" (frango empanado com molho de limão e shoyu) e também delirou.

Para beber, chá verde gelado.

O gerente do novo Bueno disse que o prédio na Liberdade, onde fica o restaurante original, foi vendido. O plano é fechar o da Liberdade até o fim do ano e passar a abrir à noite na alameda Santos. Tomara. Ficar sem o "buta no kakuni" nas noites frias de São Paulo seria uma tristeza.

NA PRÓXIMA SEMANA, NO COMIDA:
Alexandra Forbes

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