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Vinhos - Alexandra Corvo O prazer de beber sem altas viagens A nova revolução espanhola A Espanha surpreende, contrastando o estilo moderno de vitivinicultura a um apego visceral à terra Difícil é pensar em vinho espanhol e não lembrar da rioja, ribera del duero, tempranillo. Mas esse não é o tema da minha coluna. Minha escola de vinhos foi na Espanha. Comecei lá, em 1996, tanto a estudar como a trabalhar na área.
Tomei um pouco de tempo nesses dias e corri atrás de vinhos diferentes. Provei vinhos espanhóis de fora da rota tradicional, daqueles que nos vêm primeiramente à mente. A costa mediterrânea é cheia de boas surpresas. Tomar um tinto de monastrell é experimentar a picância e o calor local. A bobal, uva antiquíssima (quando os espanhóis invadiram a Sardenha, levaram-na para lá, onde existe até hoje e é conhecida como bovale), é do leste do país e dá um vinho negro, denso, com uma nota mineral bem interessante. Ainda no Mediterrâneo, foi recuperada uma uva quase em extinção, chamada samsó. E a encontramos, entre outras, na D.O. Montsant, onde dá vinhos elegantes, com frutas negras e um toque tostado. Bem mais para dentro do país, indo para a Galícia, ao noroeste, encontramos a nova queridinha dos modernos do vinho: a mencía, da D.O. Bierzo. A região vem ganhando espaço entre os amantes do vinho elegante e denso que ela produz no clima quente de influência levemente fresca do Atlântico. Essas delícias são só uma pontinha do iceberg que é a revolução vitivinícola espanhola, que surgirá, lentamente. Uma revolução com força e expressão tipicamente espanholas nos próximos anos.
Clos Lojen (Bobal 2010)
Hécula (Monastrell) 2009
Plic Plic Plic 2009 (Samsó e garnacha)
Peique (Mencía) 2009 |
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