Texto Anterior
|
Próximo Texto
| Índice | Comunicar Erros
Crítica Restaurante Mobili explora diferentes culturas em cozinha autêntica Mesmo nos Jardins, a pequena casa tem pinta de endereço alternativo JOSIMAR MELOCRÍTICO DA FOLHA Há várias razões para simpatizar com o Mobili. Ele fica nos Jardins, mas quase na periferia desse bairro, o que lhe garante um agradável ar alternativo. Depois, é pequenino, e coloca o cliente entre a visão da rua, a do bar e a da cozinha -onde o chef-proprietário costuma estar, praticando uma cozinha que, mesmo sem ser inovadora, tem cunho mais autoral. Nada contra os grandes restaurantes; mas é bom saber que eles não são a única opção quando o se busca qualidade e ambiente. O chef em questão militou fora do Brasil. Com 38 anos, o paulista Daniel Oppenheim estava há doze no exterior, onde estudou gastronomia na escola Ferrandi, em Paris. Trabalhou em casas estreladas: na França, estagiou no Le Jardin des Sens, foi chef de setor no Apicius, e cozinheiro no Lasserre e no Taillevent. Viveu depois em Montreal, trabalhando em restaurante e como chef particular. O projeto do Mobili foi desenhado em parceria com Beto Tempel (ex-sócio do Le French Bazar). O menu denota a vivência francesa (ou no Canadá francês) de Oppenheim, mas é bastante multicultural. Entradas como a minicaldeirada de lulas com torradas e pesto de coentro têm um toque mediterrâneo e asiático -peça a ótima pimenta vermelha caseira e ela ainda ganha toque brasileiro. Há também trio de trufados, composto de creme de trufa quente, berinjela com recheio trufado e "ovo pefeito" trufado -ovo (mais cru do que) cozido a baixa temperatura. Aposta certa são os espaguetes com frutos do mar (mexilhões, lulas e camarões grelhados com bisque); e o saint peter com bom molho de camarão e purê de banana-da-terra e farofa. Também agrada a costelinha suína marinada e assada com pimenta agridoce, servida com batatas-doces ao forno e "crisp" -na verdade uma maçaroca, infelizmente- de cebolas roxas. O arroz de pato (confitado e desfiado, e também em magret) ao molho de mirtilo convence mais pela ave do que pelo arroz basmati (que tem pouca densidade para esse prato). A maçã cozida no vinho tinto, com "crumble" de canela e sorvete de baunilha, merecia mais tempo no fogo, para que a calda melhor penetrasse. Mas no total, dá para sair feliz do Mobili. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |