São Paulo, quinta-feira, 04 de agosto de 2011

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ANÁLISE

Há dez anos torrefação cresce no Brasil e agrega valor ao café cru

LUIZA FECAROTTA
DE SÃO PAULO

São Paulo não era nada antes do café. Uma capitania esquecida, talvez. Uma província pobre na época do Império? E então surge o café escravocrata em meados do século 19. Em seguida, a necessidade de otimizar o escoamento dos grãos. Foi em 1867 que o trem chegou à cidade.
O café gerou excedente de capital, impulsionou fazendeiros a abrir fábricas de juta -as sacas onde era exportado- e virou coqueluche.
Até a crise de 29. Muito café não era absorvido; o preço ia caindo, caindo até que pudesse ser todo escoado. A regra foi a mesma até os anos 90: quantidade em detrimento de qualidade.
Depois, o café respirou. Passou a ser tratado melhor no Brasil. E, aos poucos, mostra sinais de revitalização. Engrossa esse processo o fato de que os fazendeiros passam a torrar seus grãos como alternativa para agregar valor à matéria-prima. E funciona: há um aumento de consumo no próprio país -sobretudo de cafés especiais- que, preveem as estatísticas, pode fazer do Brasil o maior consumidor do mundo em 2012.
São microtorrefações -aquelas frescas, artesanais e ainda muito vinculadas às fazendas- que despontam e fisgam um nicho no mercado, antes virgem.
A tendência é que fiquem mais especializadas e evoluam -e há espaço para evoluir. Por enquanto, já refletem nos preços do café, que sobem no mercado mundial e dentro do próprio Brasil.


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