São Paulo, quinta-feira, 14 de julho de 2011

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CRÍTICA RESTAURANTE

Tradição leva à nova casa de Shundi

De volta à rua Mário Ferraz, chef evita voos autorais; ostras, sushis e sashimis são o destaque

JOSIMAR MELO
CRÍTICO DA FOLHA

O sushiman Shundi Kobayashi volta à ribalta. E seu novo palco, o Shinjuku, é mais uma vez a rua Mário Ferraz, onde já existem dois restaurantes com seu nome, dos quais foi sócio e se retirou. Como o fez em outros pontos.
Por quanto tempo Shundi ficará por ali não se sabe. Então vale visitar o quanto antes: o chef japonês, de 61 anos, continua a exibir um talento que vale a pena provar.
Ele chegou ao Brasil aos sete anos de idade, e está há 40 no ofício. Já passou por inúmeras casas de prestígio (como Hinodê e Sushi Kiyo), antes de ser sócio em seu próprio restaurante -como aconteceu, entre outros, no Shundi & Tomodachi e no Original Shundi, os vizinhos de rua.
Sua história errática, porém, não é o que interessa a quem vai em sua busca. Seus sushis falam mais alto. Peixes bem escolhidos, corte espesso (também no sashimi) e o arroz suavemente compacto são até mais importantes do que as caras e raras iguarias japonesas com que acostumou a sua clientela.
Na nova aventura, a sociedade é com a jovem Cecília Ribeiro, 28, cujo pai (e investidor) é um antigo cliente do sushiman e que, ao morar nos EUA, frequentou o Culinary Institute of America.
Cecília cuida das sobremesas, arriscando alguns toques mais modernos, enquanto toda a parte de balcão e cozinha ficam com Shundi, que no Shinjuku se inclina mais para as receitas tradicionais, com menos voos autorais.
Há um menu chamado de contemporâneo, em que entram itens como o shinjuku, servido em taça com shochu (destilado japonês), ostra, uni (ova de ouriço-do- mar) e gema de ovo de codorna.
Tem ainda o tempura de salmão com molho ponzu (que é um molho cítrico) de morango, e uma variação de ceviche de frutos do mar.
Mas o maior interesse fica no tradicional, feito no máximo com alguma estilização. Entradas como ostras ao molho ponzu e nabo ralado com pimenta; cogumelos eringi na chapa; sushis e sashimis de peixes como atum (inclusive toro), carapau, peixe-serra, além de itens importados como vieira, enguia e cavalinha marinada, já valem a visita.
Na linha dos restaurantes japoneses de São Paulo, há de tudo. Tempurá, teppan, milanesas, massas... E pratos como lula recheada com shimeji, vieiras grelhadas com saquê e shoyu, camarão com mostarda japonesa...
E, dada a formação da sócia, algumas sobremesas diferentes, como a panna cotta de chá verde e o brigadeiro mole com farofa de nozes.

SHINJUKU  
ENDEREÇO rua Dr. Mário Ferraz, 37, Itaim Bibi, São Paulo tel. 0/xx/11/3034-3125
FUNCIONAMENTO seg., das 12h às 15h; ter. a qui., das 12h às 15h e das 19h à 0h; sex. e sáb., das 12h às 16h e das 19h à 1h; dom., das 12h às 16h
AMBIENTE pequeno lounge com sofá e vista para a rua, balcão no fundo o salão. Música animada
SERVIÇO cortês e eficiente
VINHOS seleção adequada de espumantes e brancos. Tem saquês
CARTÕES A, D, M e V
ESTACIONAMENTO R$ 15
PREÇOS couvert, R$ 5; entradas, de R$ 18 a R$ 38; pratos principais, de R$ 25 a R$ 65; combinados, de R$ 95 a R$ 195; menu-degustação (de cinco a sete pratos; serve uma pessoa), de R$ 80 a R$ 180; sobremesas, de R$ 12 a R$ 18




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