São Paulo, domingo, 04 de novembro de 2007

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AQUARELA DO BRASIL

Cor viva deve pintar em uma só parede

Arquitetos recomendam contrabalançar seu efeito com a aplicação de tonalidades mais neutras nas demais

DA REDAÇÃO

A decisão de colorir a casa não significa que o branco ou os tons mais apagados tenham de ser totalmente esquecidos.
"A recomendação é deixar uma das paredes do ambiente colorida e as outras mais neutras, para contrabalançar", explica Elizabeth Wey, do Comitê Brasileiro de Cores.
"Se a pessoa pintar a sala inteira de amarelo, enjoará logo", pontua a arquiteta Monica Cristofani. "Deve-se escolher, para o tom mais forte, uma parede, geralmente a maior do ambiente. Nas outras, usa-se uma cor palha, por exemplo."
O gerente comercial Sergio Buarque, 35, seguiu essa recomendação à risca. Na renovação da pintura de sua casa, há cerca de um mês, ele conta que decidiu destacar uma cor diferente em uma das paredes de cada cômodo -nas outras, usou branco.
Na sala de estar, a escolha foi pelo amarelo. Na de TV, pelo verde. O lavabo recebeu vermelho, e o quarto, azul. "Quando sugeri [a pintura], mesmo a arquiteta ficou meio assustada, mas depois gostou bastante do resultado final", diz.
"Antes, a casa era toda branca e bege. Queria que ficasse mais alegre, com um pouco mais de vida", justifica.
O amarelo também cobriu uma parede na sala da empresária Heloísa Paiva. "É um acabamento texturizado", descreve. "No quarto, usei berinjela."

"Pub" irlandês
Já o objetivo do servidor público Adriano Vannucchi, 33, era constituir uma atmosfera de bar britânico na cobertura em que mora, no centro de São Paulo. O tom da ambientação foi obtido com um verde tipo irlandês em uma parede da sala.
"Pretendo ainda colocar pôsteres pequenos de cigarro para dar ao local um ar de "pub'", relata. "A neutralidade também pode ser cansativa."
A escolha de Vannucchi vai ao encontro do que dizem os arquitetos sobre um novo papel das cores: o de componente mais efetivo da decoração.
"Passam a ser uma opção concreta na hora de reformular um ambiente", avalia o professor da FAU-USP (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo) João Carlos de Oliveira Cesar, 51, consultor da fabricante Sherwin Williams.
"Por mais que a tinta seja cara, fica mais fácil e barato mudá-la que trocar uma textura ou um mosaico", compara.
(EDSON VALENTE)


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