São Paulo, domingo, 07 de março de 2004

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Materiais como mármore e granito tentam desbancar porcelanatos sofisticados, mas esbarram no alto custo

Mercado chega à idade da pedra polida

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Nobres, sofisticadas, únicas, rústicas, frias, trabalhosas, caras. Cercadas por adjetivos como esses, as pedras naturais travam uma disputa acirrada pela primazia entre os revestimentos.
O setor também estará presente na feira Revestir, em um espaço que recebeu o nome de "Stone South America", que agrupa amostras de mármores e granitos.
O grande inconveniente dessas pedras nobres é o custo. De acordo com a Abiemg (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Mármores e Granitos), os preços dos dois materiais começam em R$ 30 por m2 e podem chegar a R$ 1.500 por m2 para os materiais mais preciosos, como o granito Azul Bahia.
"O valor é determinado pela raridade do produto, pela intensidade da demanda e pela dificuldade de extração", explica Gilberto Sibin, 42, presidente do conselho de administração da Abiemg.
Segundo ele, a diferença entre as pedras é a durabilidade. "O granito é mais resistente e, por isso, indicado para locais de alto tráfego. Já o mármore se desgasta mais."
Mas o granito também pode manchar-se, principalmente o de tom mais claro. "Quando possível, o ideal é instalar com o piso elevado, com suporte em pinos", conta Vanderley John, professor da Poli-USP (Escola Politécnica da Universidade de São Paulo).
Outro problema é a reposição de partes trincadas, já que é quase impossível achar pedras do mesmo tom da original.
Para a arquiteta Ana Maria Wey, é preciso saber usar essas pedras para não deixar o ambiente "carregado". "Em um projeto que fiz, abusei de recortes e, atrás da lareira, coloquei uma iluminação especial, destacada da parede, para não lembrar um túmulo."

Outras pedras
Já em locais com estilo rústico, uma opção é o mosaico português, muito usado em calçadas. "Mas, para instalar esse piso, é preciso haver, no mínimo, 8 cm de altura na base do piso, pois é usada também uma camada de areia abaixo dele", avisa o engenheiro José Leon Spiewak, 65.
De acordo com Spiewak, uma das coberturas mais indicadas para casa é a pedra-goiás, que "dura a vida toda". Ele calcula que, entre material e mão-de-obra, ela custe por volta de R$ 65 o m2.
Apesar de mais indicadas para o piso, as pedras rústicas também podem ser aplicadas com sucesso nas paredes. "Usei restos de pedra mineira em um formato "canjiquinha", recortada em filetes, que deixa a paginação mais leve", explica a arquiteta Flávia Ralston.
Colocado, o revestimento custou por volta de R$ 45 o m2, mas, como a área foi grande, o assentamento demorou por causa do alinhamento das pedras. (AM)


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