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Materiais como mármore e granito tentam desbancar porcelanatos sofisticados, mas esbarram no alto custo
Mercado chega à idade da pedra polida
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Nobres, sofisticadas, únicas,
rústicas, frias, trabalhosas, caras.
Cercadas por adjetivos como esses, as pedras naturais travam
uma disputa acirrada pela primazia entre os revestimentos.
O setor também estará presente
na feira Revestir, em um espaço
que recebeu o nome de "Stone
South America", que agrupa
amostras de mármores e granitos.
O grande inconveniente dessas
pedras nobres é o custo. De acordo com a Abiemg (Associação
Brasileira das Indústrias Exportadoras de Mármores e Granitos),
os preços dos dois materiais começam em R$ 30 por m2 e podem
chegar a R$ 1.500 por m2 para os
materiais mais preciosos, como o
granito Azul Bahia.
"O valor é determinado pela raridade do produto, pela intensidade da demanda e pela dificuldade de extração", explica Gilberto Sibin, 42, presidente do conselho de administração da Abiemg.
Segundo ele, a diferença entre as
pedras é a durabilidade. "O granito é mais resistente e, por isso, indicado para locais de alto tráfego.
Já o mármore se desgasta mais."
Mas o granito também pode
manchar-se, principalmente o de
tom mais claro. "Quando possível, o ideal é instalar com o piso
elevado, com suporte em pinos",
conta Vanderley John, professor
da Poli-USP (Escola Politécnica
da Universidade de São Paulo).
Outro problema é a reposição
de partes trincadas, já que é quase
impossível achar pedras do mesmo tom da original.
Para a arquiteta Ana Maria
Wey, é preciso saber usar essas
pedras para não deixar o ambiente "carregado". "Em um projeto
que fiz, abusei de recortes e, atrás
da lareira, coloquei uma iluminação especial, destacada da parede,
para não lembrar um túmulo."
Outras pedras
Já em locais com estilo rústico,
uma opção é o mosaico português, muito usado em calçadas.
"Mas, para instalar esse piso, é
preciso haver, no mínimo, 8 cm
de altura na base do piso, pois é
usada também uma camada de
areia abaixo dele", avisa o engenheiro José Leon Spiewak, 65.
De acordo com Spiewak, uma
das coberturas mais indicadas para casa é a pedra-goiás, que "dura
a vida toda". Ele calcula que, entre
material e mão-de-obra, ela custe
por volta de R$ 65 o m2.
Apesar de mais indicadas para o
piso, as pedras rústicas também
podem ser aplicadas com sucesso
nas paredes. "Usei restos de pedra
mineira em um formato "canjiquinha", recortada em filetes, que
deixa a paginação mais leve", explica a arquiteta Flávia Ralston.
Colocado, o revestimento custou por volta de R$ 45 o m2, mas,
como a área foi grande, o assentamento demorou por causa do alinhamento das pedras.
(AM)
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