São Paulo, domingo, 27 de novembro de 2005

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Redutores de vazão, arejadores e novas bacias limitam o fluxo no banheiro, onde mais se gasta água

Reúso e "pecinhas" reduzem consumo

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Não dá para deixar a água rolar quando o assunto é desperdício. Especialmente em uma metrópole em que cada habitante manda 160 l dela para o ralo todo dia.
Em casa, o chuveiro, a pia do banheiro e o vaso sanitário são os três maiores beberrões. O chuveiro é o que mais consome - em 15 minutos de banho, uma ducha meio aberta escoa 135 l, 55% do consumo residencial.
É justamente pelo chuveiro que se pode começar uma série de atitudes para reduzir o desperdício e tornar a morada mais sustentável.
Para frear a vazão de duchas, basta colocar, entre o cano e o chuveiro, uma pecinha que custa R$ 12,50 e reduz o consumo em até 50% (veja quadro à esq.).
Juntos, o vaso sanitário e as pias levam até 40% da água da casa. Para reduzir a gastança da pia, arejadores reduzem a vazão de 9 l para 6 l por minuto. Outra opção, mais cara, é adotar torneiras automáticas ou com sensores.
Vasos sanitários são econômicos se forem novos, que usam, por lei, 6,8 l por fluxo (os mais velhos gastam, no mínimo, 9 l). "É preciso regular a descarga", alerta Felipe Nobre, engenheiro da área de aplicação da Deca.
E pode-se usar menos se forem adotadas válvulas ou caixas acopladas de duplo fluxo, que usam 3 l para fazer a limpeza de dejetos líquidos e 6 l para os sólidos. A Deca faz a válvula, e a Geberit, a caixa acoplada (R$ 400 e R$ 895, respectivamente, na H2C).
A tecnologia mais nova, que começa a ser instalada em shoppings e em aeroportos, é o esgoto a vácuo, que economiza 90% da água usada no vaso. "Usa-se 1,5 l", diz o engenheiro Flávio Toshio Kimori, da fabricante Evac. Cada vaso sai por R$ 2.500.

Reúso
Quem quer ir além pode reaproveitar a água da chuva e a que iria para o esgoto. O primeiro sistema, mais simples, recolhe e filtra a água que vem da calha e a direciona para um reservatório.
Foi o que fez o gerente de Vendas Osny Almeida, que queria "evitar alagamentos na calçada e no quintal". "Uso 2.000 l por mês para lavar o carro, a calçada e o quintal e regar o jardim", conta Almeida, que gastou R$ 1.500.
A implantação exige cuidados. "Dispositivos descartam a água do início da chuva, que pode ser contaminada ao lavar o telhado. Também é preciso desinfetar o líquido antes do uso, para evitar contaminações no reservatório", alerta a professora Marina Ilha, da Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo da Universidade Estadual de Campinas.
Já o tratamento de água de esgoto para reúso é bem mais caro. "Além do custo dos componentes, que chega a R$ 5.000, tem o da instalação e o da mudança na rede hidráulica", explica o professor José Carlos Mierzwa, do departamento de Engenharia Hidráulica e Sanitária da Escola Politécnica da USP.
(DD E MI)

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