|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Redutores de vazão, arejadores e novas bacias limitam o fluxo no banheiro, onde mais se gasta água
Reúso e "pecinhas" reduzem consumo
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Não dá para deixar a água rolar
quando o assunto é desperdício.
Especialmente em uma metrópole em que cada habitante manda
160 l dela para o ralo todo dia.
Em casa, o chuveiro, a pia do banheiro e o vaso sanitário são os
três maiores beberrões. O chuveiro é o que mais consome - em 15
minutos de banho, uma ducha
meio aberta escoa 135 l, 55% do
consumo residencial.
É justamente pelo chuveiro que
se pode começar uma série de atitudes para reduzir o desperdício e
tornar a morada mais sustentável.
Para frear a vazão de duchas,
basta colocar, entre o cano e o
chuveiro, uma pecinha que custa
R$ 12,50 e reduz o consumo em
até 50% (veja quadro à esq.).
Juntos, o vaso sanitário e as pias
levam até 40% da água da casa.
Para reduzir a gastança da pia,
arejadores reduzem a vazão de 9 l
para 6 l por minuto. Outra opção,
mais cara, é adotar torneiras automáticas ou com sensores.
Vasos sanitários são econômicos se forem novos, que usam,
por lei, 6,8 l por fluxo (os mais velhos gastam, no mínimo, 9 l). "É
preciso regular a descarga", alerta
Felipe Nobre, engenheiro da área
de aplicação da Deca.
E pode-se usar menos se forem
adotadas válvulas ou caixas acopladas de duplo fluxo, que usam
3 l para fazer a limpeza de dejetos
líquidos e 6 l para os sólidos. A
Deca faz a válvula, e a Geberit, a
caixa acoplada (R$ 400 e R$ 895,
respectivamente, na H2C).
A tecnologia mais nova, que começa a ser instalada em shoppings e em aeroportos, é o esgoto
a vácuo, que economiza 90% da
água usada no vaso. "Usa-se 1,5 l",
diz o engenheiro Flávio Toshio
Kimori, da fabricante Evac. Cada
vaso sai por R$ 2.500.
Reúso
Quem quer ir além pode reaproveitar a água da chuva e a que iria
para o esgoto. O primeiro sistema, mais simples, recolhe e filtra a
água que vem da calha e a direciona para um reservatório.
Foi o que fez o gerente de Vendas Osny Almeida, que queria
"evitar alagamentos na calçada e
no quintal". "Uso 2.000 l por mês
para lavar o carro, a calçada e o
quintal e regar o jardim", conta
Almeida, que gastou R$ 1.500.
A implantação exige cuidados.
"Dispositivos descartam a água
do início da chuva, que pode ser
contaminada ao lavar o telhado.
Também é preciso desinfetar o líquido antes do uso, para evitar
contaminações no reservatório",
alerta a professora Marina Ilha, da
Faculdade de Engenharia Civil,
Arquitetura e Urbanismo da Universidade Estadual de Campinas.
Já o tratamento de água de esgoto para reúso é bem mais caro.
"Além do custo dos componentes, que chega a R$ 5.000, tem o
da instalação e o da mudança na
rede hidráulica", explica o professor José Carlos Mierzwa, do departamento de Engenharia Hidráulica e Sanitária da Escola Politécnica da USP.
(DD E MI)
Texto Anterior: Casa sustentável deve beber pouca água Próximo Texto: Brasil regulamenta eficiência energética Índice
|