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TJ libera obras, mas mantém presidente do Metrô afastado

Construção de trecho de 11 km poderá ser retomada, mas a Justiça manteve Sérgio Avelleda fora do cargo

Investigação que questiona contratos foi aberta após Folha revelar que vencedores já eram conhecidos

ALENCAR IZIDORO
DE SÃO PAULO

As obras de extensão da linha 5-lilás do Metrô de SP estão novamente liberadas.

Mas a gestão Geraldo Alckmin (PSDB) terá que manter Sérgio Avelleda afastado da presidência da estatal.

A decisão foi tomada ontem pelo Tribunal de Justiça. Na prática, a construção do trecho de 11 km entre as estações Adolfo Pinheiro e Chácara Klabin será retomada.

O afastamento do presidente do Metrô, porém, é um dos principais reveses do atual mandato de Alckmin, já que Avelleda comanda uma bandeira do tucano: a expansão do metrô na Grande SP.

A investigação que questiona os contratos da linha 5 foi aberta após a Folha revelar, em 2010, que os vencedores já eram conhecidos com seis meses de antecedência.

A decisão de ontem do presidente do TJ, José Roberto Bedran, foi resposta a um recurso do Estado. O governo tentava reverter liminar concedida na sexta -após ação movida pela Promotoria.

A juíza Simone Gomes Rodrigues Casoretti havia determinado a suspensão dos contratos da linha 5 -afetando as obras. Ordenava ainda a saída de Avelleda do cargo.

O TJ liberou a construção alegando "evitar grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia públicas". Ele disse que as obras são "indispensáveis" para a melhoria do trânsito e que a suspensão poderia trazer prejuízo para fazer nova licitação, além de multa, indenização e perda de financiamentos.

O mérito (sobre suposta formação de cartel) ainda será julgado. Ao suspender a liminar, Bedran disse que Promotoria, Metrô e empreiteiras "irão travar uma longa e complexa batalha judicial".

A linha está em fase de demolição de imóveis. A conclusão da obra é prevista para 2015. O Metrô dizia que atrasá-la significaria prejuízo de R$ 85 milhões por mês.

O tribunal manteve Avelleda afastado do cargo por avaliar que isso afeta os interesses dele, e não da sociedade.

Embora a licitação tenha sido feita na gestão José Serra (PSDB), quando Avelleda não era do Metrô, ele responde por dar continuidade aos contratos, sem acatar recomendação da Promotoria.

Estado e Ministério Público pretendem recorrer.

Pelo estatuto do Metrô, enquanto um novo nome não for indicado, quem assume a presidência é José Kalil Neto, diretor de Finanças.

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