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Com trâmite mais fácil, divórcios aumentam 37%

Desde 2010, não há mais a necessidade de aguardar um ano depois de separação para formalizar pedido

Dados do IBGE apontam ainda alta na proporção de recasados -uniões em que há cônjuge divorciado ou viúvo

ANTONIO GOIS
DO RIO

O fim da exigência, no ano passado, de um prazo mínimo de separação antes da formalização do divórcio resultou num aumento recorde de 37% dessa prática em relação a 2009, e numa queda de 32% no número de separações.

Os casamentos que terminaram em divórcio duraram, em média, 16 anos, sendo que 41% deles não passaram dos dez anos, proporção que era de 33% em 2000, segundo as Estatísticas do Registro Civil, divulgadas ontem pelo IBGE.

Até julho do ano passado, para conseguir o divórcio -documento necessário para quem pretende se casar novamente em cartório-, era preciso esperar um ano após a separação judicial ou comprovar que os ex-cônjuges já viviam separados, de fato, há mais de dois anos.

Para o presidente do Instituto Brasileiro de Direito da Família, Rodrigo Pereira, o fim da exigência fará com que a separação vire peça de museu. "Era uma prática inútil, desnecessária e anacrônica."

O contingente cada vez maior de divorciados acaba contribuindo para elevar a estatística de casamentos, que aumentou 5% de 2009 em relação a 2010.

Já a proporção de uniões formais em que ao menos um cônjuge é divorciado ou viúvo foi de 12% para 18% na década passada.

Essa tendência é reflexo também do envelhecimento populacional, pois o número de divorciados e viúvos é maior entre os mais velhos.

O "mercado matrimonial" desta faixa etária é muito mais favorável aos homens. No grupo de 60 a 64 anos, foram 4,1 casamentos por mil homens e 1,7 por mulheres. Além de morrerem mais cedo, homens tendem a se casar com parceiras mais jovens.

Na comparação com 2000, no entanto, as estatísticas mostram que houve aumento na nupcialidade nos dois sexos, o que significa que mais brasileiros estão casando de novo, ou até pela primeira vez, na terceira idade.

As únicas faixas etárias em que houve diminuição na proporção de casamentos foi entre homens e mulheres com menos de 24 anos, o que indica que brasileiros têm adiado a formalização do casamento.

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