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SAIBA MAIS
Ocupado em 2002, edifício abriga 468 famílias
DA REPORTAGEM LOCAL
O prédio 911 da avenida Prestes Maia foi invadido em novembro de 2002 por um grupo
ligado ao MSTC (Movimento
dos Sem Teto do Centro). Vivem atualmente 468 famílias
no local, espalhadas pelos 20
andares de dois blocos.
O imóvel, que já foi utilizado
pela Secretaria das Finanças há
cerca de 15 anos, foi comprado
num leilão pelo empresário
Jorge Hamuche. Na época, chegou a ser usado para comércio
e estacionamento, idéia que
fracassou devido a assaltos.
Hoje, as dívidas de IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) superam o valor do imóvel, segundo a CEF (Caixa Econômica Federal) -as dívidas
somam R$ 4,5 milhões e a
construção vale R$ 4 milhões.
Desde que o grupo invadiu o
prédio, que estava abandonado, várias tragédias aconteceram no local. Menos de um ano
após a invasão, quatro andares
do bloco A pegaram fogo.
Moradores suspeitam que alguma vela tenha iniciado o incêndio, que matou uma menina de quatro anos cuja mãe havia saído para trabalhar.
Tempos depois, um sem-teto
de 30 anos, desempregado e
com dificuldades financeiras,
se jogou do décimo andar do
edifício.
Os moradores têm luz por
meio de instalações clandestinas, os "gatos", e, do 9º ao 20º
andar, a água só chega da 0h às
7h. As casas são divididas por
pedaços de madeira, como se
fossem barracos de uma favela.
Os banheiros são coletivos, e há
divisão de tarefas entre os habitantes de cada andar.
Os invasores pagam R$ 20 de
condomínio para manter três
porteiros na entrada do prédio
e fazer consertos no imóvel.
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