São Paulo, quarta-feira, 01 de fevereiro de 2006

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Ocupado em 2002, edifício abriga 468 famílias

DA REPORTAGEM LOCAL

O prédio 911 da avenida Prestes Maia foi invadido em novembro de 2002 por um grupo ligado ao MSTC (Movimento dos Sem Teto do Centro). Vivem atualmente 468 famílias no local, espalhadas pelos 20 andares de dois blocos.
O imóvel, que já foi utilizado pela Secretaria das Finanças há cerca de 15 anos, foi comprado num leilão pelo empresário Jorge Hamuche. Na época, chegou a ser usado para comércio e estacionamento, idéia que fracassou devido a assaltos.
Hoje, as dívidas de IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) superam o valor do imóvel, segundo a CEF (Caixa Econômica Federal) -as dívidas somam R$ 4,5 milhões e a construção vale R$ 4 milhões.
Desde que o grupo invadiu o prédio, que estava abandonado, várias tragédias aconteceram no local. Menos de um ano após a invasão, quatro andares do bloco A pegaram fogo.
Moradores suspeitam que alguma vela tenha iniciado o incêndio, que matou uma menina de quatro anos cuja mãe havia saído para trabalhar.
Tempos depois, um sem-teto de 30 anos, desempregado e com dificuldades financeiras, se jogou do décimo andar do edifício.
Os moradores têm luz por meio de instalações clandestinas, os "gatos", e, do 9º ao 20º andar, a água só chega da 0h às 7h. As casas são divididas por pedaços de madeira, como se fossem barracos de uma favela. Os banheiros são coletivos, e há divisão de tarefas entre os habitantes de cada andar.
Os invasores pagam R$ 20 de condomínio para manter três porteiros na entrada do prédio e fazer consertos no imóvel.


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