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O que falta é fiscalizar, dizem especialistas
VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
DA REPORTAGEM LOCAL
Especialistas em trânsito apontam a falta de fiscalização e de campanhas
educativas como os principais problemas para fazer
valer o enrijecimento das
leis proposto no pacote
anunciado ontem pelo Ministério da Justiça.
Para Ayrton Camargo e
Silva, professor de planejamento de transporte da
PUC de Campinas, as mudanças "têm de ser baseadas no tripé de base legal,
fiscalização e educação".
"E o que vejo no que está
sendo lançado é só um lado, o da lei. A fiscalização é
uma coisa que os governos, que têm intenções
eleitorais, evitam", afirma.
Aílton Brasiliense, ex-presidente do Denatran
(Departamento Nacional
de Trânsito) entre 2003 e
2005, no governo Lula, diz
que boa parte das propostas já está prevista no código de trânsito. O que falta,
diz, é fiscalização.
"Se querem deixar mais
explícito, pode. O problema é fiscalização. Se não
tem fiscalização não tem
lei", diz Brasiliense, que
afirma dirigir há 30 anos e
nunca ter sido parado em
uma blitz de trânsito.
Segundo Helena Raimundo, da comissão de
educação de trânsito da
ANTP (Associação Nacional de Transportes Públicos), "qualquer medida
que não tenha fiscalização
intensa cai no descrédito".
Para ela, a proibição do
consumo de álcool ao volante deveria ser total.
Já os representantes
dos motoboys criticaram a
idéia do governo de proibir a circulação de motos
entre as faixas. "É difícil
eles conseguirem aprovar
essa lei. As motos perderiam agilidade, e a cidade
depende do serviço dos
motoboys", diz o presidente do sindicato dos
mensageiros motociclistas, Gilberto dos Santos.
O presidente da Associação Brasileira dos Motociclistas, Lucas Pimentel, diz que a entidade deve
propor um protesto em todo o país. "Vamos escolher
um dia para andar atrás
dos carros e mostrar que o
trânsito vai parar nas
grandes cidades".
Colaborou RICARDO SANGIOVANNI
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