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Justiça veta carro alegórico com Hitler e cadáveres na Viradouro
Sentença atende a pedido da Federação Israelita do Estado do Rio de Janeiro
Carlos Moraes/Agência O Dia
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Carro alegórico que mostrava cadáveres de vítimas do nazismo é desmontado pela Viradouro
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
A Justiça do Rio proibiu ontem a Viradouro de exibir cadáveres de vítimas do nazismo em
um carro da escola que representa o Holocausto, vetando
ainda o desfile de um destaque
fantasiado de Adolf Hitler.
Proferida pela juíza Juliana
Kalichszteim, a sentença atendeu a uma ação impetrada pela
Fierj (Federação Israelita do
Estado do Rio de Janeiro).
Na decisão, a juíza sustenta
que "um evento de tal magnitude [o Carnaval] não deve ser
utilizado como ferramenta de
culto ao ódio, de qualquer forma de racismo, além da clara
banalização dos eventos bárbaros e injustificados praticados
contra as minorias". A Viradouro diz que vai acatar a decisão
judicial e que fará as modificações necessárias no carro.
"Só cogitar botar uma figura
como a do Hitler em cima de
um carro onde estão esqueletos
de judeus mortos já representa
total irresponsabilidade e maneira não-séria e não-respeitosa de tratar o tema", disse Sérgio Niskier, presidente da Fierj.
O tema da escola faz parte do
enredo "É de Arrepiar", de autoria de Paulo Barros.
Quando soube que a Viradouro abordaria o Holocausto,
a Fierj reagiu. Voluntariamente, a escola marcou, há dois meses, uma reunião para explicar
que a idéia era alertar para o
horror provocado pelo nazismo. Apesar disso, a entidade
pediu que a alegoria não fosse
apresentada, pois temia que o
Holocausto fosse banalizado.
"Não percebia atitude racista, anti-semita ou discriminatória até ontem [anteontem],
mas não sabíamos que teria
uma pessoa representando Hitler. Agora, perdemos a confiança de que o tema pudesse
ser tratado com respeito", afirma o presidente da Fierj.
Paulo Barros se mostrou insatisfeito com a decisão da Justiça. Disse lamentar que não tenha sido compreendido na tentativa de fazer um alerta sobre a
gravidade do holocausto.
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