São Paulo, sexta-feira, 01 de fevereiro de 2008

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Nizan "compra" o Carnaval de Salvador

LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

O publicitário Nizan Guanaes decidiu "comprar" o Carnaval de Salvador (BA), que teve início oficialmente ontem, e adquiriu todas as cotas de patrocínio para a folia na capital baiana.
Ele venceu uma licitação com o valor mínimo exigido pela prefeitura -R$ 6 milhões- para comercializá-las e assumiu um risco.
"A empresa vencedora da licitação sabia que tinha de repassar o valor mínimo à prefeitura, mesmo se as cotas não fossem comercializadas", diz Misael Tavares, presidente da Emtursa (Empresa de Turismo de Salvador).
Guanaes não só vendeu todas as cotas, como conseguiu isso em dois meses. No fim, o publicitário arrecadou R$ 8,025 milhões e embolsou uma comissão de R$ 1,605 milhão (20% do total, estipulado na licitação).
É a primeira vez que todas as cotas de patrocínio são vendidas no Carnaval da cidade, segundo a Emtursa. Das quatro empresas que compraram a cota, duas (Banco Itaú e Vivo) são clientes da África, empresa comandada por Guanaes. Os outros dois patrocinadores são o Ponto Frio/Semp Toshiba e a Schincariol.
Juntos, os quatro cotistas pagaram R$ 5,2 milhões. Outros R$ 2 milhões saíram da Petrobras -a estatal aproveitou a festa para divulgar o biodiesel, apoiar os blocos afros e incentivar o Carnaval do Pelourinho.
Nizan Guanaes também comercializou o Carnaval realizado na periferia da capital baiana -até ontem, cinco empresas (Wal-Mart/ Todo Dia, Parmalat/Alimba, Smirnoff, Braskem e JHSF) tinham fechado contrato (a R$ 125 mil cada cota).
Guanaes também vai explorar comercialmente a folia no ano que vem -o edital de licitação estabelece prazo de dois anos para a empresa vencedora da disputa.
Para a Prefeitura de Salvador, no entanto, o valor arrecadado ainda é muito inferior ao custo da festa. Segundo a Emtursa, a cidade precisa de R$ 25 milhões para organizar a festa -outros R$ 30 milhões são gastos pelo Estado com repasse de recursos, saúde e segurança.


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