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Nizan "compra" o Carnaval de Salvador
LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR
O publicitário Nizan Guanaes decidiu "comprar" o
Carnaval de Salvador (BA),
que teve início oficialmente
ontem, e adquiriu todas as
cotas de patrocínio para a folia na capital baiana.
Ele venceu uma licitação
com o valor mínimo exigido
pela prefeitura -R$ 6 milhões- para comercializá-las e assumiu um risco.
"A empresa vencedora da
licitação sabia que tinha de
repassar o valor mínimo à
prefeitura, mesmo se as cotas não fossem comercializadas", diz Misael Tavares, presidente da Emtursa (Empresa de Turismo de Salvador).
Guanaes não só vendeu todas as cotas, como conseguiu
isso em dois meses. No fim, o
publicitário arrecadou R$
8,025 milhões e embolsou
uma comissão de R$ 1,605
milhão (20% do total, estipulado na licitação).
É a primeira vez que todas
as cotas de patrocínio são
vendidas no Carnaval da cidade, segundo a Emtursa.
Das quatro empresas que
compraram a cota, duas
(Banco Itaú e Vivo) são clientes da África, empresa comandada por Guanaes. Os
outros dois patrocinadores
são o Ponto Frio/Semp Toshiba e a Schincariol.
Juntos, os quatro cotistas
pagaram R$ 5,2 milhões. Outros R$ 2 milhões saíram da
Petrobras -a estatal aproveitou a festa para divulgar o
biodiesel, apoiar os blocos
afros e incentivar o Carnaval
do Pelourinho.
Nizan Guanaes também
comercializou o Carnaval
realizado na periferia da capital baiana -até ontem, cinco empresas (Wal-Mart/ Todo Dia, Parmalat/Alimba,
Smirnoff, Braskem e JHSF)
tinham fechado contrato (a
R$ 125 mil cada cota).
Guanaes também vai explorar comercialmente a folia no ano que vem -o edital
de licitação estabelece prazo
de dois anos para a empresa
vencedora da disputa.
Para a Prefeitura de Salvador, no entanto, o valor arrecadado ainda é muito inferior ao custo da festa. Segundo a Emtursa, a cidade precisa de R$ 25 milhões para organizar a festa -outros R$
30 milhões são gastos pelo
Estado com repasse de recursos, saúde e segurança.
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