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São Paulo, sábado, 01 de março de 2003

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ADMINISTRAÇÃO

Gonzalo Vecina, que assumirá a Saúde, diz não estar informado sobre polêmica entre prefeita e ex-titular da pasta

Novo secretário negociará com vereadores

FABIANE LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL

O novo secretário da Saúde da cidade de São Paulo, Gonzalo Vecina, 49, diz que avaliará caso a caso as reivindicações de vereadores. Ao deixar a pasta, Eduardo Jorge disse que a prefeita Marta Suplicy (PT) forçava o loteamento político das coordenações de saúde das subprefeituras na Câmara Municipal -com o que o ex-secretário não concordava.
Vecina, chefe de gabinete da secretaria na gestão Paulo Maluf (PPB), era diretor-presidente da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) desde a gestão de José Serra (PSDB) no ministério. "Sou do partido da saúde."
Vecina volta hoje ao Brasil, mas não sabe quando assumirá a secretaria. Concedeu entrevista rápida à Folha ontem do Ministério da Saúde uruguaio, em Montevidéu, onde participou de reuniões. Leia a seguir trechos da entrevista.

Folha - O que o senhor pensa de ingerência política na administração de saúde?
Gonzalo Vecina -
A ingerência faz parte da vida política de qualquer país. Ao agente do poder público cabe respeitar o político, atendê-lo dentro daquilo em que é legítimo o político ser atendido. Isso não significa fazer o que não deve ser feito, lotear a administração. É uma linha de navalha, dificílima.

Folha - Em outras ocasiões os vereadores fizeram indicações sem embasamento técnico...
Vecina -
É fundamental o apoio do vereador. Sem o apoio do vereador não há a aprovação das leis de que a cidade necessita. Agora, como se costura esse apoio é uma responsabilidade do Executivo.

Folha - Então será uma avaliação caso a caso.
Vecina -
Vai ser. Noto que a indicação dos coordenadores de saúde deve passar pelas subprefeituras [a secretaria pode vetá-las".

Folha - O ex-secretário diz que saiu porque a prefeita escolheu outras prioridades que não a expansão do Programa Saúde da Família.
Vecina -
Apesar de ser um programa importantíssimo, não tenho acompanhado outras coisas que não a vigilância. Nessa discussão entre a prefeita e ele, me sinto com uma saia justíssima para fazer um comentário.

Folha - A prefeitura iniciaria agora a municipalização da rede hospitalar. Mas há resistência da secretaria estadual.
Vecina -
Sou um municipalista radical. A municipalização tem de ocorrer. Porque está na lei.

Folha - Qual é a sua prioridade?
Vecina -
Conversar com a prefeita. Discutir com a equipe, que espero que continue lá, já que é de primeiríssimo nível.


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