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ADMINISTRAÇÃO
Gonzalo Vecina, que assumirá a Saúde, diz não estar informado sobre polêmica entre prefeita e ex-titular da pasta
Novo secretário negociará com vereadores
FABIANE LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL
O novo secretário da Saúde da
cidade de São Paulo, Gonzalo Vecina, 49, diz que avaliará caso a caso as reivindicações de vereadores. Ao deixar a pasta, Eduardo
Jorge disse que a prefeita Marta
Suplicy (PT) forçava o loteamento político das coordenações de
saúde das subprefeituras na Câmara Municipal -com o que o
ex-secretário não concordava.
Vecina, chefe de gabinete da secretaria na gestão Paulo Maluf
(PPB), era diretor-presidente da
Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) desde a gestão
de José Serra (PSDB) no ministério. "Sou do partido da saúde."
Vecina volta hoje ao Brasil, mas
não sabe quando assumirá a secretaria. Concedeu entrevista rápida à Folha ontem do Ministério
da Saúde uruguaio, em Montevidéu, onde participou de reuniões.
Leia a seguir trechos da entrevista.
Folha - O que o senhor pensa de
ingerência política na administração de saúde?
Gonzalo Vecina - A ingerência faz
parte da vida política de qualquer
país. Ao agente do poder público
cabe respeitar o político, atendê-lo dentro daquilo em que é legítimo o político ser atendido. Isso
não significa fazer o que não deve
ser feito, lotear a administração. É
uma linha de navalha, dificílima.
Folha - Em outras ocasiões os vereadores fizeram indicações sem
embasamento técnico...
Vecina - É fundamental o apoio
do vereador. Sem o apoio do vereador não há a aprovação das leis
de que a cidade necessita. Agora,
como se costura esse apoio é uma
responsabilidade do Executivo.
Folha - Então será uma avaliação
caso a caso.
Vecina - Vai ser. Noto que a indicação dos coordenadores de saúde deve passar pelas subprefeituras [a secretaria pode vetá-las".
Folha - O ex-secretário diz que
saiu porque a prefeita escolheu outras prioridades que não a expansão do Programa Saúde da Família.
Vecina - Apesar de ser um programa importantíssimo, não tenho acompanhado outras coisas
que não a vigilância. Nessa discussão entre a prefeita e ele, me
sinto com uma saia justíssima para fazer um comentário.
Folha - A prefeitura iniciaria agora a municipalização da rede hospitalar. Mas há resistência da secretaria estadual.
Vecina - Sou um municipalista
radical. A municipalização tem de
ocorrer. Porque está na lei.
Folha - Qual é a sua prioridade?
Vecina - Conversar com a prefeita. Discutir com a equipe, que espero que continue lá, já que é de
primeiríssimo nível.
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