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POLUIÇÃO
Condições climáticas reduziram ozônio; Cetesb alerta que melhoria efetiva só ocorrerá com inspeção de veículos
Chuva ajudou a limpar ar de SP em 2004
AFRA BALAZINA
DA REPORTAGEM LOCAL
A qualidade do ar melhorou no
Estado de São Paulo no ano passado, de acordo com relatório da
Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental)
divulgado ontem. A boa notícia,
no entanto, se deve ao acaso: choveu mais e ventou mais em 2004.
Segundo a Cetesb, por causa das
condições meteorológicas houve
uma melhoria na dispersão de todos os poluentes, ainda que a situação não possa ser considerada
como satisfatória.
Na verdade, o que ocorreu em
2004 foi que por menos vezes os
poluentes ultrapassaram os padrões de qualidade do ar, na comparação com 2003.
No caso do monóxido de carbono, por cinco dias a concentração
superou o índice de qualidade do
ar em 2004. No ano anterior, tal situação foi verificada 22 vezes.
No que diz respeito ao ozônio,
que foi o poluente que mais ultrapassou os padrões de qualidade
na região metropolitana de São
Paulo, foram 62 dias ruins em
2004 contra 77 em 2003.
Segundo o gerente da Divisão
de Qualidade do Ar da companhia, Jesuíno Romano, 56, o ideal
seria que não houvesse mais ultrapassagens do padrão de qualidade do ar estabelecido.
De acordo com o diretor-presidente da Cetesb, Rubens Lara, a
melhoria efetiva da poluição dependerá do investimento em
transporte coletivo e da implantação de novos programas para
controlar a emissão de poluentes
dos veículos, considerados os
maiores vilões da qualidade do ar.
A Cetesb diz que há anualmente
um excessivo crescimento de veículos leves (3% a 5%) e de motos
(5% a 8%) e ainda há um número
muito grande de veículos velhos
em circulação. "Não é possível ter
frota com idade média alta. Hoje,
vemos caminhões de 20 e 30 anos
circulando sem revisões técnicas
adequadas", afirma o diretor-presidente da Cetesb.
Segundo ele, a idéia é fazer uma
avaliação anual ou bienal dos veículos que tenham mais de dois ou
três anos de uso. Lara diz que o
rodízio trouxe mais carros velhos
para São Paulo (dados da Cetesb
mostram que só 18% da frota foi
fabricada entre 2000 e 2004).
Localização da poluição
Na região metropolitana de São
Paulo, as áreas que apresentaram
maior excesso de ozônio foram
Santo Amaro, que ficou fora do
padrão por 42 dias no ano, e o Ibirapuera, com 38.
Em ambos os bairros, que já haviam sido considerados os piores
no ano anterior, houve 14 dias em
que a situação chegou a ser considerada como estado de atenção.
Nesses casos, a Cetesb recomenda
que as pessoas não pratiquem
exercícios físicos, principalmente
das 13h às 16h, porque pode ocorrer uma redução na capacidade
respiratória.
No caso do Ibirapuera, onde está localizado o parque homônimo, a alta concentração de ozônio
ocorre justamente porque no local existem menos prédios.
Isso ocorre em razão de o ozônio se formar no contato com a
luz solar. Quando há muitos edifícios, a sombra formada por eles
evita a formação do poluente.
Ontem, dia claro e de grande
circulação de veículos nas ruas, as
condições do ar ficaram inadequadas em três pontos da capital
-Ibirapuera, Santo Amaro e
Santana- e em Ribeirão Preto.
A qualidade do ar só deve melhorar com a chuva, em forma de
pancadas, prevista para o fim da
tarde de hoje. Amanhã, no entanto, o sol pode voltar a aparecer, e a
chuva só retorna no domingo.
Até lá, segundo a Cetesb, é melhor evitar exercícios em lugares
abertos -como o parque do Ibirapuera e a avenida Sumaré.
Colaborou a Redação
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