São Paulo, sexta-feira, 01 de abril de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Gás agrava doenças respiratórias

DA REPORTAGEM LOCAL

O ozônio, por ser extremamente tóxico, pode pode causar sérios efeitos mesmo em baixa concentração. De acordo com a Cetesb, ele provoca irritação nos olhos, no nariz e na garganta, envelhecimento precoce da pele, náusea, dor de cabeça, tosse, fadiga, diminuição da resistência orgânica às infecções e agravamento das doenças respiratórias.
Segundo o pesquisador do Laboratório de Poluição Atmosférica da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo) Paulo Saldiva, 50, há estudos que mostram a relação entre regiões com altas concentrações de ozônio e câncer. "O poluente também inibe a atividade das células que defendem os alvéolos nos pulmões, o que favorece o desenvolvimento de pneumonia", diz.
Para o médico, há relação ainda entre crises de chiado em crianças e o ozônio. "O poluente causa infecções como sinusites e rinites e agrava a asma", afirma.
Segundo ele, plantas como o ibisco podem mostrar às pessoas quando o ar está poluído. "Elas ficam com manchas amareladas. No pinheiro, a ponta das folhas necrosa, fica marrom", diz.
De acordo com a Cetesb, os efeitos da exposição ao ozônio são mais pronunciados durante exercícios físicos, quando pode ocorrer uma sensível redução da capacidade respiratória. Por essa razão, em dias muito poluídos não é recomendável praticar exercícios, principalmente das 13h às 16h.
Apesar de todos os problemas que pode causar quando está na faixa de ar próxima do solo, na estratosfera o ozônio tem a importante função de proteger a terra, como um filtro, dos raios ultravioletas emitidos pelo sol.
Para Rafael Stelmach, diretor da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia e médico da Santa Casa de Misericórdia, é difícil fragmentar os efeitos de cada poluente e depois relacioná-los a uma doença específica.
"Como clínico, vejo os resultados da poluição como um todo", afirma. O período mais crítico, diz o pneumologista, são os meses de outono e inverno, quando a umidade do ar cai, já que a chuva ajuda na dispersão dos poluentes.
Nessa época, aumentam os casos de doenças respiratórias, especialmente asma e Dpoc (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica), cujos sintomas costumam ser tosse constante e falta de ar até durante esforços físicos leves. (AB e AL)


Texto Anterior: Poluição: Chuva ajudou a limpar ar de SP em 2004
Próximo Texto: Estado terá 10 novas estações de medição
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.