|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Gás agrava doenças respiratórias
DA REPORTAGEM LOCAL
O ozônio, por ser extremamente tóxico, pode pode causar sérios
efeitos mesmo em baixa concentração. De acordo com a Cetesb,
ele provoca irritação nos olhos, no
nariz e na garganta, envelhecimento precoce da pele, náusea,
dor de cabeça, tosse, fadiga, diminuição da resistência orgânica às
infecções e agravamento das
doenças respiratórias.
Segundo o pesquisador do Laboratório de Poluição Atmosférica da Faculdade de Medicina da
USP (Universidade de São Paulo)
Paulo Saldiva, 50, há estudos que
mostram a relação entre regiões
com altas concentrações de ozônio e câncer. "O poluente também
inibe a atividade das células que
defendem os alvéolos nos pulmões, o que favorece o desenvolvimento de pneumonia", diz.
Para o médico, há relação ainda
entre crises de chiado em crianças
e o ozônio. "O poluente causa infecções como sinusites e rinites e
agrava a asma", afirma.
Segundo ele, plantas como o
ibisco podem mostrar às pessoas
quando o ar está poluído. "Elas ficam com manchas amareladas.
No pinheiro, a ponta das folhas
necrosa, fica marrom", diz.
De acordo com a Cetesb, os efeitos da exposição ao ozônio são
mais pronunciados durante exercícios físicos, quando pode ocorrer uma sensível redução da capacidade respiratória. Por essa razão, em dias muito poluídos não é
recomendável praticar exercícios,
principalmente das 13h às 16h.
Apesar de todos os problemas
que pode causar quando está na
faixa de ar próxima do solo, na estratosfera o ozônio tem a importante função de proteger a terra,
como um filtro, dos raios ultravioletas emitidos pelo sol.
Para Rafael Stelmach, diretor da
Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia e médico da Santa
Casa de Misericórdia, é difícil
fragmentar os efeitos de cada poluente e depois relacioná-los a
uma doença específica.
"Como clínico, vejo os resultados da poluição como um todo",
afirma. O período mais crítico, diz
o pneumologista, são os meses de
outono e inverno, quando a umidade do ar cai, já que a chuva ajuda na dispersão dos poluentes.
Nessa época, aumentam os casos de doenças respiratórias, especialmente asma e Dpoc (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica), cujos sintomas costumam ser
tosse constante e falta de ar até
durante esforços físicos leves.
(AB e AL)
Texto Anterior: Poluição: Chuva ajudou a limpar ar de SP em 2004 Próximo Texto: Estado terá 10 novas estações de medição Índice
|