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EDUCAÇÃO
Paulo Renato sustenta que problemas se concentram em pequenas escolas e afirma que governo está investindo
Ministro diz que situação melhorou
da Sucursal de Brasília
O ministro Paulo Renato de
Souza (Educação) sustenta que a
infra-estrutura das escolas brasileiras melhorou nos últimos anos.
Segundo ele, "se esse levantamento de Internet, computador e laboratório fosse feito alguns anos
atrás, não haveria nada".
Paulo Renato afirma que as
2.256 escolas públicas que receberam computadores pelo Proinfo
(programa do ministério de instalação de laboratórios de informática) ainda não aparecem no levantamento de março de 99 porque os equipamentos foram instalados nos meses subsequentes.
Para este ano, porém, o programa vai contar com menos recursos que em 99 -R$ 25 milhões
contra R$ 72 milhões. "Mas estamos buscando suplementação."
Sobre o acesso à Internet, Paulo
Renato afirma que o ministério
está firmando convênios com
operadoras para universalizá-lo
nas escolas públicas.
Lei abaixo trechos da entrevista:
Folha - Os dados do censo escolar de 99 mostram que, das
escolas de ensino fundamental,
63 mil escolas não têm luz.
Paulo Renato Souza - É preciso
fazer um corte entre tamanho das
escolas, a condição urbana/rural e
o acesso aos serviços. Porque não
dá para dizer "63 mil escolas não
têm eletricidade". A estrutura do
nosso sistema é a seguinte: nós temos cerca de 200 mil escolas; 60
mil têm mais de cem alunos. Só 20
mil têm mais de 500 alunos.
Quando falamos "a rede escolar",
estamos falando de 60 mil escolas.
Porque nas outras 140 mil tem
menos de cem alunos e a proporção de alunos é muito pequena.
Em geral são escolas rurais que
funcionam só durante o dia. Mas
estou de acordo que, no limite, todas deverão ter inclusive um gerador, para poder funcionar com
retroprojetor ou com TV Escola,
que é um programa voltado para
escolas com mais de cem alunos.
Temos em muitos casos ajudado
a financiar geradores. Essas escolas são da 1ª à 4ª série, onde a
questão do recurso, como computador, Internet, etc, não é algo
tão vital como numa escola da 5ª à
8ª série ou de ensino médio.
Folha - Em relação aos demais
itens de infra-estrutura de escolas do ensino fundamental...
Paulo Renato - Bibliotecas. No
ano retrasado mandamos bibliotecas do professor para 20 mil escolas e biblioteca infanto-juvenil
para 35 mil escolas, mas escolas
com mais de cem alunos. Há 43
mil escolas de ensino fundamental com bibliotecas. Eu não acho
um número pequeno, porque essas 43 mil significam que dois terços das escolas com mais de cem
alunos têm biblioteca.
Folha - As escolas menores estão fadadas a não ter acesso a
esse tipo de recurso?
Paulo Renato - Não é que elas
estão fadadas. Nós sabemos que
uma escolinha com menos de
cem alunos é uma escola pequena, é uma escola rural, então a
possibilidade de termos ali todos
os serviços é difícil.
Folha - Mas, mesmo entre as
escolas do ensino médio, só
22% têm acesso à Internet.
Paulo Renato - Não me surpreendo com esses números. Temos que lembrar que a questão
do computador, em todo o mundo, especialmente no Brasil, é
uma coisa muito recente. Ter em
22% das escolas o acesso à Internet é uma situação que está avançando. Temos o programa de informática nas escolas, que é o
Proinfo. Foram colocados 33 mil
computadores nas escolas. O recurso que eu tenho é o do salário-educação, que só pode ser usado
em ensino fundamental.
Folha - O presidente da Undime diz que o governo deveria
estabelecer piso de R$ 450 para
o Fundef.
Paulo Renato - Mais dinheiro
todo mundo quer. Pergunta
quanto é que a prefeitura aplica
em educação. O importante é que,
antes do governo Fernando Henrique Cardoso, o MEC aplicava
zero no ensino fundamental.
Folha - É possível para as escolas implantarem os parâmetros
curriculares do MEC com essa
infra-estrutura?
Paulo Renato - Com essa infra-estrutura de hoje não, nós temos
de melhorar.
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