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São Paulo, domingo, 01 de junho de 2003

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SAÚDE

Dermatologistas recomendam banhos mornos e rápidos; idosos são os que mais sofrem com os efeitos do frio

Pele ressecada lidera queixas no inverno

CLÁUDIA COLLUCCI
DA REPORTAGEM LOCAL

A 20 dias do início oficial do inverno brasileiro, o corpo já começa a sentir os efeitos do frio. O primeiro deles é o ressecamento da pele, queixa campeã nos consultórios de dermatologia. A baixa umidade do ar e o fato de as pessoas tomarem banhos mais quentes e demorados são apontados pelos médicos como os principais fatores do ressecamento.
A hidratação natural da pele é garantida pela camada mais externa, que impede a perda de líquido. Quando o corpo é exposto à água quente, aos sabonetes e, principalmente, às buchas, essa capa de proteção natural, chamada de lipoproteica, é removida, fazendo com que a pele perca água para o meio e desidrate. Assim, as áreas do corpo mais atingidas são as mais expostas, como a face, as pernas, os braços e as mãos.
Segundo o dermatologista Mário Glinblat, do hospital Albert Einstein, as partes que exigem mais sabonete são as áreas de dobras, pregas e onde há secreção. No resto do corpo, afirma ele, é melhor só usar água. Os adeptos de banhos de imersão precisam redobrar os cuidados. Uma dica é passar óleo de banho no corpo antes de entrar na banheira.
Nos idosos e nas mulheres pós-menopausa, o ressecamento tende a ser mais severo porque a regeneração das células da pele é mais lenta. "Há perda da capacidade de reter água", diz a dermatologista Samantha Neves.
O ressecamento causa descamação da pele, coceira e lesões eczematosas em qualquer parte do corpo. Quando não tratadas, essas lesões levam ao aparecimento de microfissuras e rachaduras e, em casos mais graves, ao surgimento de feridas.
É o caso do aposentado Roberto Ayoub, 75, que sofreu durante um ano e meio de coceiras pelo corpo. Passou por mais de uma dezena de médicos e só conseguiu acertar no tratamento quando já tinha feridas nos braços e cabeça. "Com os cremes que a médica receitou, em 12 dias ele já estava ótimo", lembra sua mulher, Lídia Ayoub.
Precavida, a empresária Ester Rymer, 56, usa diariamente oito tipos de cremes para conter o ressecamento. Orientada pela dermatologista, ela varia as substâncias do creme de acordo com as estações do ano.
Quando viaja ao exterior, Rymer procura obter informações sobre o clima do lugar para levar na bagagem um hidratante adequado. "Com todos esses cuidados, consigo conter o ressecamento mesmo no inverno", diz.
Mas, mesmo se lambuzando de cremes, muitas pessoas não conseguem a hidratação desejada. Nesses casos, segundo a dermatologista Denise Steiner, da Sociedade Brasileira de Dermatologia, uma dica é mudar o hidratante para um tipo mais "potente".
Há basicamente dois tipos de hidratantes: os oclusivos e os ativos. Os primeiros, à base de ácido láctico ou lactado de amônia, formam uma película protetora que não deixa a água da pele escapar.
Os ativos possuem na formulação substâncias com maior capacidade de absorção e que, por isso, retêm mais água. Alguns também promovem uma microesfoliação da pele, provocando uma troca mais rápida das células.
Outro problema que tende a se agravar neste período é a caspa, uma forma de dermatite seborréica. Ela aparece tanto em homens quanto em mulheres, especialmente a partir dos 20 anos. A dica para minimizar o problema é não esfregar o couro cabeludo com a unha, lavar o mesmo periodicamente e evitar banhos quentes.



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