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Contratação de médicos para projeto ainda é problema
DA REPORTAGEM LOCAL
O principal projeto da Secretaria Municipal da Saúde de São
Paulo, o PSF (Programa de Saúde
da Família), ainda não tem nenhuma equipe nas ruas depois de
seis meses de governo. A prefeitura, no entanto, previu sua implantação "a médio e longo prazo" ao
divulgar o balanço dos 90 dias.
A contratação de médicos para
a iniciativa já é um problema. Cada equipe terá um desses profissionais, um enfermeiro, quatro a
seis agentes comunitários e dois
auxiliares de enfermagem.
Há 1.600 agentes comunitários
em processo de contratação por
meio de convênios com entidades
sociais, mas os outros membros
das equipes nem foram selecionados ainda. A secretaria convocou
enfermeiros e médicos da prefeitura e pessoal externo.
Até agora, 100 médicos e 498 enfermeiros inscreveram-se. São necessários 260 profissionais de cada uma das categorias. As primeiras equipes só estarão trabalhando em dois meses.
Para uma das coordenadoras do
programa, Karina Calife, os profissionais ainda não entenderam
o que é o PSF, preconizado pelo
Ministério da Saúde. "A gente
quer mais médico. É um número
ainda pequeno", disse Karina.
São Paulo deverá ter 1.500 equipes, número que só deve atingir
no fim do governo, segundo previsões da secretaria.
O programa valoriza a atenção
básica. Cada equipe será responsável por mil famílias, que receberão visitas domiciliares. O Programa de Saúde da Família, para a secretaria, é a saída para desafogar
as unidades hospitalares, sucateadas nos seis anos do PAS (Plano
de Atendimento à Saúde) e sem
possibilidade de haver reformas
neste ano.
Implantação
Para Karina, o ritmo de implantação é adequado. "São Paulo tem
um atraso histórico [o programa
começou a ser implantado em 94
no país". Esta gestão está andando
a passos rápidos. Em oito anos
[período das administrações de
Paulo Maluf e Celso Pitta", não
houve avanço desse tipo", disse.
O argumento da herança ruim
das gestões anteriores e do PAS,
por outro lado, foi entendido até
pela oposição, que, como disse
um vereador petista, apesar das
críticas eventuais, poupou Eduardo Jorge. Isso não significa, no entanto, que todo o planejamento
da pasta foi cumprido.
A secretaria teve de manter práticas que criticava das cooperativas do plano, como locações de
equipamentos, por não ter concluído licitações a tempo.
A proposta de unificar o corpo
funcional foi frustrada. Somente
parte dos funcionários da Saúde
que estavam fora da pasta deverão voltar.
A pasta assumiu a rede que era
do PAS com um "buraco" de pelo
menos 3.000 servidores e não
conseguiu cobrir ainda o déficit
de 2.197 médicos, enfermeiros,
auxiliares de enfermagem e assistentes técnicos administrativos.
Houve ainda desorganização na
transição, apontada pela própria
prefeitura, o que gerou informações confusas aos pacientes.
Ambulâncias
O prazo previsto de seis meses
para a normalização da frota de
ambulâncias também não foi
cumprido. Segundo o chefe de gabinete da secretaria, Paulo Carrara, o serviço "ainda está sofrível".
Das 90 ambulâncias do serviço
de resgate 192, 38 ainda estão paradas. No serviço de remoção que
atende os hospitais, das 100 ambulâncias, 41 estão paradas.
Segundo Carrara, a intenção é
acabar com o serviço de remoção
no futuro. A secretaria está acertando normas para limitar as
transferências entre os hospitais.
Já o serviço 192, segundo Carrara, é alvo de uma reformulação e
deverá operar com o serviço de
resgate do Estado.
De acordo com ele, apesar dos
problemas continuarem, o atendimento pelo telefone 192 melhorou. Antes, 2 em 10 ocorrências
eram atendidas. Agora, a resposta
é de 6 em 10 chamados. A chegada
aos locais das ocorrências, que
antes demorava meia hora, agora
é feita em 15 minutos.
(FABIANE LEITE)
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