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Número de usuários de ônibus continua longe da meta fixada
MELISSA DINIZ
DA REPORTAGEM LOCAL
A Secretaria Municipal dos
Transportes está fechando o primeiro semestre da administração
Marta Suplicy (PT) sem conseguir
atingir sua principal meta: aumentar o número de passageiros
nos ônibus municipais.
A meta anunciada pela prefeitura no início do governo era recuperar o volume de 120 milhões de
passageiros por mês existente há
três anos na cidade.
O balanço parcial da SPTrans,
referente ao primeiro semestre da
administração Marta, revela uma
média de 86 milhões de passageiros/mês nos ônibus de São Paulo.
O emblema da secretaria nesse
primeiro semestre, ao contrário,
foi o aumento da tarifa de ônibus
em 21,74% (de R$ 1,15 para R$
1,40), anunciado em maio pelo secretário Carlos Zarattini, ao mesmo tempo em que era instituído o
fim do subsídio às empresas.
A dificuldade da secretaria em
atingir objetivos também passou
pelos projetos. Alguns permanecem parados, como o Fura-fila e a
construção de corredores exclusivos para os ônibus.
A demora na implantação desses e de outros projetos é justificada pelo secretário pela falta de recursos e pela demora em receber
o financiamento que pediu ao governo federal.
Algumas iniciativas da secretaria chegaram a ganhar as páginas
dos jornais nesse período, mas
não apresentaram resultados efetivos, como a implantação do telemarketing (que avisaria aos motoristas sobre eventuais problemas no trânsito antes que eles
saíssem de casa) e a criação de
bolsões de estacionamento.
Dificuldades
Segundo Zarattini, os primeiros
meses de governo apresentaram
dificuldades que não haviam sido
previstas pela prefeitura, e isso teria impedido a secretaria de atingir as metas planejadas.
"Nós imaginávamos que a licitação que fizemos com os perueiros poderia ser colocada em prática. Isso não foi possível devido às
irregularidades apresentadas no
processo. Além disso, existe uma
extrema complexidade nos contratos com as empresas de ônibus,
que é muito mais difícil de resolver do que a gente imaginava."
Para o secretário, o sistema de
transportes na cidade não está saturado, apenas funciona de forma
ineficiente, com excesso de veículos e sobreposição de linhas.
O secretário admite que a guerra entre as lotações e os ônibus
ainda não está equacionada. "Cadastramos cerca de 5.700 peruas
em uma primeira fase e agora vamos incorporá-las ao sistema."
Nova licitação
Todo o sistema de transportes
da cidade deve passar por uma
nova licitação, segundo o secretário, e isso deve atrasar a reformulação do sistema. "Ainda este ano,
pretendemos construir mais dez
corredores de via livre que vão garantir uma melhora na velocidade
do sistema", afirmou.
Em relação à parceria com o governo do Estado para a ampliação
do metrô e a implantação do bilhete único, o secretário disse esperar a resposta do Estado.
Zarattini diz estar discutindo a
questão dos bolsões de estacionamento com os supermercados.
Segundo o secretário, o fato de a
prefeitura ter assumido a cidade
endividada pode fazer com que a
secretaria não invista 95% dos recursos obtidos com multas em
transporte, conforme regulamenta o Código Brasileiro de Trânsito.
Sobre o balanço de sua gestão,
Zarattini disse estar feliz por conseguir reorganizar o sistema, apesar dos interesses contraditórios
que permeiam o setor.
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