|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
VIOLÊNCIA
Governo britânico vai investir US$ 81 milhões para instalar os equipamentos em locais públicos
Inglaterra usa câmeras contra o crime
SYLVIA COLOMBO
de Londres
Impressões digitais parecem ter
virado coisa do passado. Em Londres, sistemas de vigilância centrados em câmeras de TV ganharam o status de instrumento essencial na perseguição a infratores da lei.
A Inglaterra é o país que mais
possui câmeras de CCTV (sigla
para circuito fechado de TV, em
inglês) per capita em toda a Europa. Em Londres, os habitantes são
"vítimas" de uma câmera a cada
cinco minutos pelas ruas.
Esse é o resultado de uma pesquisa realizada pela organização
não-governamental (ONG) Privacy International, que mostrou
que, com a disseminação do uso
das câmeras para vigilância, em
2015 não haverá mais lugares secretos, fora das casas das pessoas,
na capital britânica.
Se por um lado o CCTV tem
ajudado a combater o crime, por
outro tornou-se centro de uma
polêmica, ao ser usado em locais
de trabalho para fiscalizar de perto os funcionários.
Neste ano, quando o livro
"1984", de George Orwell, completa 50 anos (foi escrito em 1949),
o espectro do "Grande Irmão" está presente em escritórios e fábricas na forma do CCTV.
Em Manchester, sindicatos de
trabalhadores organizaram manifesto em repúdio ao uso de sistemas de câmeras em locais de
trabalho. Em resposta às pressões, o governo britânico acaba de
aprovar uma lei para regular o
uso de CCTV nesses locais.
Pela nova legislação, todo empregador que deseje implementar
um sistema de vigilância em sua
empresa tem de pedir antes uma
permissão aos funcionários ou
aos seus representantes da categoria.
Para isso, o empregador será
obrigado a apresentar justificativas para a instalação de câmeras
de televisão em banheiros ou em
fumódromos.
Investimento
Paralelamente, o Ministério do
Interior do Reino Unido está investindo 45 milhões de libras
(US$ 81 milhões) para instalar novos aparelhos em lugares públicos, como estações de metrô e
edifícios do governo.
O mais recente caso importante
em que as câmeras colaboraram
na luta contra o crime foi durante
as investigações para encontrar o
responsável pela explosão de três
bombas de pregos em Londres.
As explosões, em regiões habitadas por minorias (negros, asiáticos e homossexuais), causaram
a morte de três pessoas e mais de
cem feridos, entre os meses de
abril e maio deste ano.
A polícia localizou o suspeito de
ter provocado os atentados por
meio de uma das 26 câmeras instaladas nas portas das lojas no dia
da primeira explosão, em Brixton.
A imagem mostrou um homem
de boné de beisebol branco carregando uma sacola suspeita.
Uma semana depois, quando a
outra bomba explodiu no Soho,
testemunhas identificaram a presença do mesmo homem próximo ao bar que foi o alvo do atentado.
Na City, centro financeiro da capital britânica, o sistema de câmeras está ligado diretamente aos arquivos da polícia.
O conjunto permite escanear
rapidamente as imagens de pessoas e compará-las com as dos arquivos, permitindo a identificação de suspeitos.
Texto Anterior: Realidade: Internos descrevem Febem em rap Próximo Texto: Cinema retrata nova rotina Índice
|