São Paulo, sábado, 01 de outubro de 2011

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ilustrada em cima da hora

Ivete adapta axé ao rock e se arrisca no piano e violão

ROCK IN RIO Cantora pôs peso nas guitarras de 'Eva' e cantou baladas em inglês

Lenny Kravitz pareceu ator interpretando roqueiro; João Donato e Martinho conduziram jovens 'súditos'

MARCUS PRETO
THALES DE MENEZES

ENVIADOS ESPECIAIS AO RIO

Em rápida adaptação de seu show carnavalesco para a praia roqueira, Ivete Sangalo enxertou no repertório de ontem, no Rock in Rio, duas babas em inglês: "Easy", do Commodores (mas celebrizada pelo Faith No More), e "More Than Words", do Extreme. Arriscou tocar piano e violão.
Com visual muito mais comportado do que de costume -calça e blusa brancas-, a cantora ainda colocou mais peso nas guitarras de "Eva", hit de seu repertório desde quando era vocalista da banda homônima, nos anos 1990.
No mais, fez o show de axé aeróbico de sempre, com direito às marteladas "Acelera Aê", "Festa" e "Sorte Grande".
O americano Lenny Kravitz entrou no palco depois dela, às 23h40, e sua "pegada" roqueira soou tão forçada quando as tentativas de Ivete. Suas músicas são costuras de clichês do gênero e sua atuação no palco tem os movimentos e as poses certas, mas tudo exagerado. Ele parece um ator tentando interpretar um cantor.
Tem a seu favor alguns hits usados por anúncios publicitários, mas faz rock para consumo de não-roqueiros.
Antes de Ivete, Marcelo D2 fez um show barulhento. Outro que buscou legitimar sua participação num evento "rock", usou trechos de canções de U2, Deep Purple e Queen.
O público pulou bastante e continuou assim com o Jota Quest e seu repertório de pop rock frouxo. Rogério Flausino agradeceu com a bandeira do Brasil e o show fechou até com alguma consistência, graças à assinatura de Nando Reis no hit "Do Seu Lado".

VETERANOS E SÚDITOS
Abrindo o dia, os veteranos João Donato e Martinho da Vila dividiram palco com jovens súditos.
Donato se apresentou ao lado de Céu. Diferentemente de outros artistas do palco secundário Sunset, que fizeram todo o show juntos, o pianista e a cantora optaram pela troca de bastão, até com bandas distintas. Quando fizeram dueto, os destaques foram "Emoriô" e "Cala Boca Menino", do repertório de Donato.
Céu surpreendeu com "É Preciso Dar um Jeito, Meu Amigo", clássico setentista de Erasmo Carlos, com espírito blues.
Martinho era um dos convidados da banda de reggae carioca Cidade Negra (que volta a ter Toni Garrido como vocalista), que contou também com Emicida, rapper revelação da nova cena paulista.
O que deveria ser um show do Cidade Negra com convidados virou outra coisa com as intervenções de Emicida, com carisma e talento, e Martinho, figura nobre do samba.
Estava bom demais para ser verdade. O som do palco Sunset -que prejudicou quase todos os shows na semana passada e que, desde quinta, parecia ter sido ajeitado- voltou a dar problemas técnicos.
A maior vítima foi Maíra Freitas, filha de Martinho, que teve seu microfone cortado.


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