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Para deputado, mulher que aparece em vídeo que mostra estupro em cela não é L.
LEILA SUWWAN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O deputado Zenaldo Coutinho (PSDB-PA), integrante da
comissão externa da Câmara
que visitou na quarta-feira o
Pará, afirmou ontem que a mulher que aparece em uma gravação sendo violentada dentro
da cela da delegacia de Abaetetuba não é a menina L., 15, que
foi presa e sofreu abusos por 26
dias em uma cela com cerca de
vinte homens na delegacia de
Abaetetuba (PA).
Ontem, Coutinho comparou
uma foto de L. com as imagens
e concluiu que é outra mulher,
não a menor, quem aparece em
cenas explícitas de sexo da gravação. O filme foi obtido por deputados federais em visita a
Abaetetuba na quarta-feira,
quando buscavam mais informações sobre o caso.
Um assessor da deputada Elcione Barbalho (PMDB-PA)
descobriu que a gravação estava sendo vendida por R$ 100.
Além deles, a deputada Luiza
Erundina (PSB-SP) também
viu a gravação em um celular
Motorola V3, que foi apreendido. Ela afirmou anteontem ter
certeza de que se tratava de L.
Coutinho e Elcione também estavam convencidos de que se
tratava da menor, mas disseram ser necessária uma análise.
"Pude assistir agora a vários
minutos numa tela mais ampla
e comparar com uma foto da
menor. Acho que não é L., que é
mais morena e tem o nariz mais
achatado que a mulher na gravação. O cabelo também parece
ser mais claro", disse Coutinho.
A Folha procurou as deputadas Elcione e Erundina, mas
elas não foram localizadas.
A Secretaria de Segurança
Pública do Pará disse aguardar
o resultado de testes de autenticidade e a identificação das
pessoas nas imagens para abrir
os eventuais inquéritos necessários. O Ministério Público do
Pará também não se manifestou sobre o caso.
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