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outro lado
Acusações são absurdas,
diz diretor do IC
DA REPORTAGEM LOCAL
O diretor do Instituto de Criminalística, Osvaldo Negrini
Neto, classificou ontem como
"absurdas" as acusações feitas
contra ele por seis membros da
comissão organizadora do concurso para peritos de 2005.
"Não conheço ninguém aprovado. Não sei quem são, não tenho nenhum parente, nenhum
amigo, nem filho de amigo. Então, que história é essa?", disse.
"Se tivesse vendido o gabarito da prova, eu estaria milionário. Não tenho carro, ainda hoje
não moro em casa própria, não
tenho nada, nem TV a cabo",
disse Negrini Neto.
"Perdi amigos, amigos falsos,
porque não ajudei a entrar no
concurso. Ou o cara estuda e
passa ou a gente não pode fazer
o cara passar. Não é assim que
funciona", continuou. O diretor
do IC afirma ainda que não tem
nem amigos nem filhos de amigos trabalhando como perito
na instituição.
Também questionado se conhece alguém que ficou rico
por vender gabaritos em concursos da polícia, Negrini Neto,
num primeiro momento, riu.
Depois, disse: "Se eu sei? Se
existe alguém, com certeza, o
cara não fala. Ô, pensa um pouquinho, num concurso público
talvez uma vaga dessa aí valha
uns R$ 50 mil, R$ 80 mil."
Questões mal formuladas
Segundo Negrini Neto, o aumento de aprovados de 417 para 619 foi feito por Conrado Pires, um dos seis membros da
comissão que o acusou e já
morreu. "Tinha algumas questões mal formuladas", justificou Negrini Neto.
Como existiam questões com
mais de uma resposta, muitos
candidatos entraram com recurso e, de acordo com Negrini,
isso fez com que o número de
aprovados subisse.
Para Negrini Neto, o fato de
as denúncias feitas em 2005
contra ele aparecerem agora
dão a indicação de que estão
conspirando para que ele não
assuma a direção-geral do IC.
A Folha pediu à Secretaria
da Segurança Pública e à Delegacia Geral da Polícia Civil entrevistas com o delegado Maurício José Lemos Freire, ex-diretor da Academia da Polícia
Civil e também ex-delegado-geral, e também com os delegados e ex-corregedores Rui Estanislau Silveira Melo e Francisco Alberto de Souza Campos, para que eles explicassem
por que nada foi feito para investigar Negrini Neto, mas o
pedido não foi atendido.
O mesmo aconteceu com
Celso Periolli, superintendente
da Polícia Técnico-Científica.
(ROGÉRIO PAGNAN e ANDRÉ CARAMANTE)
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