São Paulo, terça-feira, 01 de dezembro de 2009

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outro lado

Acusações são absurdas,
diz diretor do IC

DA REPORTAGEM LOCAL

O diretor do Instituto de Criminalística, Osvaldo Negrini Neto, classificou ontem como "absurdas" as acusações feitas contra ele por seis membros da comissão organizadora do concurso para peritos de 2005. "Não conheço ninguém aprovado. Não sei quem são, não tenho nenhum parente, nenhum amigo, nem filho de amigo. Então, que história é essa?", disse.
"Se tivesse vendido o gabarito da prova, eu estaria milionário. Não tenho carro, ainda hoje não moro em casa própria, não tenho nada, nem TV a cabo", disse Negrini Neto.
"Perdi amigos, amigos falsos, porque não ajudei a entrar no concurso. Ou o cara estuda e passa ou a gente não pode fazer o cara passar. Não é assim que funciona", continuou. O diretor do IC afirma ainda que não tem nem amigos nem filhos de amigos trabalhando como perito na instituição.
Também questionado se conhece alguém que ficou rico por vender gabaritos em concursos da polícia, Negrini Neto, num primeiro momento, riu. Depois, disse: "Se eu sei? Se existe alguém, com certeza, o cara não fala. Ô, pensa um pouquinho, num concurso público talvez uma vaga dessa aí valha uns R$ 50 mil, R$ 80 mil."

Questões mal formuladas
Segundo Negrini Neto, o aumento de aprovados de 417 para 619 foi feito por Conrado Pires, um dos seis membros da comissão que o acusou e já morreu. "Tinha algumas questões mal formuladas", justificou Negrini Neto.
Como existiam questões com mais de uma resposta, muitos candidatos entraram com recurso e, de acordo com Negrini, isso fez com que o número de aprovados subisse.
Para Negrini Neto, o fato de as denúncias feitas em 2005 contra ele aparecerem agora dão a indicação de que estão conspirando para que ele não assuma a direção-geral do IC.
A Folha pediu à Secretaria da Segurança Pública e à Delegacia Geral da Polícia Civil entrevistas com o delegado Maurício José Lemos Freire, ex-diretor da Academia da Polícia Civil e também ex-delegado-geral, e também com os delegados e ex-corregedores Rui Estanislau Silveira Melo e Francisco Alberto de Souza Campos, para que eles explicassem por que nada foi feito para investigar Negrini Neto, mas o pedido não foi atendido.
O mesmo aconteceu com Celso Periolli, superintendente da Polícia Técnico-Científica. (ROGÉRIO PAGNAN e ANDRÉ CARAMANTE)


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