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Valéria Polizzi, 27, que tem o vírus HIV desde os 16, com o namorado Markus Grunbock, 28

da Reportagem Local

Valéria contou ao namorado que tinha Aids quando viajava pela Nova Zelândia, em fevereiro. "Eu estava mochilando, ele também, a coisa foi indo, ficamos amigos, depois namorados. Ele sempre me tratou como uma pessoa igualzinha às outras."
Valéria Polizzi, 27, tem Aids desde os 16 e é autora do livro "Depois Daquela Viagem", em que conta sua história. O namorado, Markus Grunbock, 28, é austríaco e no final de semana desembarcou em São Paulo.
"Sempre usei preservativos nas minhas relações", ele conta. "Com a Valéria, não foi preciso tomar nenhum outro cuidado."
Valéria chegou a terminar com o então namorado quando soube que tinha Aids. "Era 89 e achava que ia morrer." Para outros namorados ela só contava quando "pintava um clima".
Hoje, Valéria acredita que o relacionamento pode ser tranquilo e transparente. O projeto de filhos não foi abandonado. "O risco de contaminação do bebê já caiu muito. Daqui a alguns anos, ter filhos será seguro."
Também para Nair Brito, que coordena a Rede Paulista de Mulheres com HIV e Aids, os relacionamentos vêm acontecendo cada vez com menor trauma e angústia. Apesar de passar segurança ao companheiro, ela diz que o medo de perder o outro está sempre presente. "Nas caminhadas que fizemos no Pantanal, sempre que me sentia cansada ele me pegava no colo. Eu estava me sentindo bem, mas é sempre bom ser cuidada."
Há casais que acreditam que o amor possa substituir a camisinha. É o caso de Ana Maria, 28, que pegou Aids do marido, já morto. Com o novo companheiro, ela tem dois filhos, um com três anos Äque não tem o HIVÄ, outro com quatro meses, que não tem resultado confirmado. "Não usamos camisinha. Meu companheiro diz que morrer todo mundo vai." (AB)


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