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Secretário de Alckmin admite falhas
DA REPORTAGEM LOCAL
Para o secretário da Educação,
Gabriel Chalita, 33, há uma confusão na hora de avaliar a progressão, que acaba arcando com a culpa das falhas de aprendizado.
"Ensino e aprendizagem são
uma coisa, progressão, outra. O
que está ruim é o ensino e a aprendizagem, não a progressão."
O problema, segundo ele, foi a
falta de discussão na implantação
do modelo. "O erro foi o sistema
não ter sido discutido com professores e pais", afirmou Chalita.
Para ele, se tivesse ocorrido um
amplo debate ficaria claro que a
progressão não tem relação com
ensino e aprendizagem. "Ela é um
grande caminho para minimizar
a exclusão social, já que evita que
o aluno abandone a escola por
uma série de repetências", diz.
Chalita afirma que é o primeiro
a admitir os erros e problemas do
sistema estadual e que está trabalhando para realizar os ajustes necessários. "Não é fácil. Mas dizer
que o aluno não aprende porque
não repete é o mesmo que dizer
que ele não aprende porque não
apanha", completa o secretário.
A assessoria de imprensa da secretaria informou que, em 2002, o
Estado investiu cerca de R$ 100
milhões em capacitação e que foi
constituído um grupo de trabalho
para preparar a capacitação para
este ano. Segundo o secretário, a
partir de 2003 o governo aumentará os investimentos em preparação de professores, passando de
17 para 89 o número de pólos de
capacitação no Estado.
O objetivo é oferecer cursos de
acordo com a dificuldade mais representativa em cada região. Os
professores de reforço, de acordo
com o secretário, receberão capacitação específica.
Rose Neubauer
A ex-secretária de Estado da
Educação Rose Neubauer, que
coordenou a implantação da progressão no Estado, no governo
Mário Covas, diz que não houve
autoritarismo e que, se houvesse
discussão prévia com a rede, o
modelo nunca seria efetivado.
Segundo ela, o tempo gasto com
a discussão seria um prejuízo para
os alunos. "É claro que discussão
é importante, mas os alunos ficariam esperando", declarou. "A
criança está interessada em
aprender. A progressão continuada faz parte da natureza dela."
Neubauer também afirma que a
implementação não foi autoritária, uma vez que estava prevista
no programa do governo Covas.
Segundo ela, a decisão que aprovou o sistema foi do Conselho Estadual de Educação, tendo como
base a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação).
De acordo com Neubauer, os
professores precisam ter autoconfiança e deixar de compartilhar da "pedagogia do medo",
usando mais sua criatividade.
Para ela, já existem as condições
necessárias para que o professor
trabalhe bem. "É claro que pode
melhorar, sempre pode. Mas estamos melhores hoje do que antes
da progressão", avaliou a ex-secretária.
(BL)
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