São Paulo, quinta-feira, 02 de janeiro de 2003

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Problemas são iguais no município

DA REPORTAGEM LOCAL

Professores das escolas do Estado e da cidade de São Paulo afirmam que não vêem grandes diferenças entre os sistemas de progressão continuada praticados nas duas redes. A secretária da Educação do município, Eny Maia, confirma que o modelo é quase o mesmo. A diferença, diz, está no investimento em capacitação feito pelos dois governos.
Segundo o presidente sindicato dos professores da rede do Estado, Carlos Ramiro de Castro, o método só funcionará quando for possível reduzir o número de alunos por classe e remunerar melhor o professor, investindo em capacitação. "A progressão se transformou em promoção automática e não está dando resultado. Falta vontade política."
O professor de educação física José Evandro Souza, 39, trabalha de manhã em uma escola estadual e à tarde em uma municipal. Ele revela que o medo das mudanças nas políticas públicas com as trocas de governo pesou na hora de optar pela dupla jornada. "Estar nas duas redes é uma proteção, além de reforçar o salário."
De acordo com Cleiton Gomes da Silva, do sindicato dos professores municipais, na rede da prefeitura as críticas são as mesmas. "A gente trabalha com 45, 50 alunos em um espaço físico para 35."
A professora do município Marizilda Pavão Rocha, 53, chorou ao contar que em 2002 recebeu três alunos na 5ª série que não sabiam ler nem escrever. "Sinto-me impotente, não posso dar a eles o acompanhamento de que precisam. Tenho 37 alunos na classe."
Segundo Eny Maia, será criada uma avaliação integrada do sistema para identificar quais são as dificuldades e necessidades da rede e onde elas estão ocorrendo.
A idéia é avaliar competências básicas dos alunos e também as condições e iniciativas de cada escola. "Vamos fazer um diagnóstico de toda a rede", diz.


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