|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Problemas são iguais no município
DA REPORTAGEM LOCAL
Professores das escolas do Estado e da cidade de São Paulo afirmam que não vêem grandes diferenças entre os sistemas de progressão continuada praticados
nas duas redes. A secretária da
Educação do município, Eny
Maia, confirma que o modelo é
quase o mesmo. A diferença, diz,
está no investimento em capacitação feito pelos dois governos.
Segundo o presidente sindicato
dos professores da rede do Estado, Carlos Ramiro de Castro, o
método só funcionará quando for
possível reduzir o número de alunos por classe e remunerar melhor o professor, investindo em
capacitação. "A progressão se
transformou em promoção automática e não está dando resultado. Falta vontade política."
O professor de educação física
José Evandro Souza, 39, trabalha
de manhã em uma escola estadual
e à tarde em uma municipal. Ele
revela que o medo das mudanças
nas políticas públicas com as trocas de governo pesou na hora de
optar pela dupla jornada. "Estar
nas duas redes é uma proteção,
além de reforçar o salário."
De acordo com Cleiton Gomes
da Silva, do sindicato dos professores municipais, na rede da prefeitura as críticas são as mesmas.
"A gente trabalha com 45, 50 alunos em um espaço físico para 35."
A professora do município Marizilda Pavão Rocha, 53, chorou
ao contar que em 2002 recebeu
três alunos na 5ª série que não sabiam ler nem escrever. "Sinto-me
impotente, não posso dar a eles o
acompanhamento de que precisam. Tenho 37 alunos na classe."
Segundo Eny Maia, será criada
uma avaliação integrada do sistema para identificar quais são as
dificuldades e necessidades da rede e onde elas estão ocorrendo.
A idéia é avaliar competências
básicas dos alunos e também as
condições e iniciativas de cada escola. "Vamos fazer um diagnóstico de toda a rede", diz.
Texto Anterior: Alunos dizem que estudam menos Próximo Texto: Equipe de Lula quer aprimorar sistema Índice
|