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EDUCAÇÃO
Para técnicos do PT, é preciso haver condições pedagógicas e materiais para a progressão continuada dar certo
Equipe de Lula quer aprimorar sistema
ARMANDO PEREIRA FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL
A progressão continuada deve
ser incentivada no governo do PT
-está no programa que elegeu
Luiz Inácio Lula da Silva e é defendida no relatório de transição,
destinado ao ministro da Educação, Cristovam Buarque.
O problema é que especialistas
do partido também acham que a
idéia foi desvirtuada e se transformou em aprovação automática.
Para dar certo, precisa de condições pedagógicas, infra-estruturais e salariais. E isso leva tempo.
A avaliação é dos coordenadores da área de educação da equipe
de transição e responsáveis pelo
relatório do setor, Newton Lima
Neto, prefeito de São Carlos (SP),
e seu secretário afastado de Desenvolvimento Sustentável, Ciência e Tecnologia, Francelino
Grando. "A progressão continuada é um eixo a ser perseguido por
qualquer educador que seja contra a reprovação, mas ela tem de
ser bem aplicada, para que não se
desvirtue", declara Lima Neto. Segundo ele, as condições materiais
precisam ser alteradas.
Longo prazo
Grando diz que os problemas
não vão se resolver em curto prazo, mas a médio e longo prazos, e
fala que as universidades têm papel importante nisso. "É preciso
haver mais participação das universidades na capacitação permanente dos professores de ensino
fundamental de maneira a desenvolvê-los segundo melhores diretrizes pedagógicas."
Ele também diz que a melhoria
das escolas depende da participação de professores e de pais, por
meio das associações de pais e
mestres. Segundo Grando, o governo pode desenvolver programas de capacitação dos conselhos
de escola e das APMs para acompanhar o desempenho escolar
(desde a formulação pedagógica
até a merenda e o transporte).
Para ele, o problema atinge também escolas particulares. "Só um
esforço nacional -e a rede pública universitária é o principal instrumento- de investir na qualificação permanente dos professores pode melhorar o quadro."
Projeto
Projeto do deputado Carlinhos
Almeida (PT) tramita na Assembléia Legislativa de São Paulo propondo a suspensão por um ano
da progressão continuada no Estado e a criação de uma comissão
para avaliar o sistema e pensar em
novas bases de funcionamento.
"A idéia é fazer um grande debate, e, a partir disso, construir
um plano de forma democrática",
diz o deputado petista.
De acordo com a proposta, no
período de funcionamento da comissão de avaliação do sistema
pedagógico em vigor, as escolas
estaduais teriam autonomia para
manter ou não o regime de progressão continuada.
Segundo o deputado, a falta de
recursos, de condições materiais e
o número de alunos por sala não
dão condições de implantar o método como ele está concebido.
O projeto, apresentado em
agosto de 2001, teve o regime de
urgência aprovado no segundo
semestre de 2002, mas não foi votado. Se for aprovado neste ano,
só será aplicado em 2004.
Na Câmara Municipal de São
Paulo já foi aprovado em primeira
votação um projeto de lei que fixa
a quantidade máxima de alunos
por classe: 25 para primeira e segunda séries do ensino fundamental e 35 para as demais séries.
O vereador petista Carlos Gianazzi, autor do projeto, propõe a criação de uma espécie de ouvidoria
para identificar os problemas da
progressão continuada.
Colaborou BRUNO LIMA, da Reportagem Local
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