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São Paulo, domingo, 02 de fevereiro de 2003

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OUTRO LADO

"Lidamos com diversão familiar"

DA REPORTAGEM LOCAL

"Nosso negócio gira em torno do lazer, do entretenimento. Lidamos com uma diversão familiar, quase morna, de apostas baixas. Não faz sentido, portanto, que nos olhem como os cassinos. Lá, de fato, a coisa pesa. Arrisca-se muito dinheiro e se oferece uma gama enorme de jogos."
É assim que Olavo Sales da Silveira, presidente da Associação Brasileira de Bingos (Abrabin), responde àqueles que defendem mais controle sobre o setor.
Fundada em 1995, a Abrabin representa 560 das 1.100 casas que se espalham pelo país e funcionam todos os dias. Iniciam o expediente, em geral, às 11h e só fecham as portas de madrugada.
A associação nunca encomendou pesquisas para traçar o perfil exato dos jogadores. Silveira, no entanto, identifica "empiricamente" quatro tipos principais de público:
* À tarde, predomina "a turma da terceira idade, sobretudo as mulheres";
* Das 18h às 21h, prevalecem os homens, "o sujeito que está saindo do trabalho e quer evitar o trânsito";
* Das 21h à 0h, é a vez dos casais;
* Da 0h em diante, destacam-se os "notívagos de ambos os sexos, o povo que não gosta de dormir cedo".
"Se há compulsivos nesses grupos, certamente são exceções", diz. "Não podemos admitir que se criem normas para proteger uma minoria e, em consequência, limite-se a liberdade de um número maior de pessoas."
O presidente da Abrabin considera que, "caso a sociedade resolva promover uma cruzada preventiva" contra o vício de jogar, terá também de combater a compulsão por "chocolate, cartão de crédito, internet, fast-food e mesmo sexo". "Pelo andar da carruagem, em breve irão exigir que o sanduíche do McDonald's venha com um aviso: "Cuidado! Trata-se de produto prejudicial à saúde -engorda"." (AA)


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