DA REPORTAGEM LOCAL

O ônibus arrancou da plataforma e parou 20 metros depois. A porta mal se abriu e o secretário de Transportes, Frederico Bussinger, disparou a pergunta ao motorista: "O senhor pode informar qual é sua carteira?" Do volante, o prefeito de São Paulo, José Serra (PSDB), que não tem carteira de habilitação profissional necessária para dirigir o veículo, sorriu ao justificar: "Não tirei o ônibus daqui [do terminal]". Assim foi a breve experiência de Serra como motorista.
Ontem, logo após a pequena "infração", ele anunciou, no Terminal Casa Verde, na zona norte, a intenção de substituir a frota movida a diesel -cerca de 8 mil ônibus- por veículos a gás, como aquele que ele ensaiou dirigir. O projeto está no berço: somente dois ônibus do gênero circulam atualmente na cidade, segundo Bussinger.
Sem estipular metas ou prazos, Serra disse que vai conversar com a Petrobras -ele almoça hoje com o presidente da empresa, José Eduardo Dutra- e a Comgás para viabilizar a idéia. "Além de mais econômico, o ônibus a gás não polui", disse o prefeito. "Esse ônibus ainda custa 20% a mais do que o tradicional, mas se tiver escala, o preço pode se equiparar". Segundo Serra, é preciso ainda estabelecer, junto à Petrobras, uma estabilidade de preços e fornecimento do gás para que os empresários do setor tenham segurança na compra de veículos. (CR)


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