COLABORAÇÃO PARA A AGÊNCIA FOLHA, EM GOIÂNIA

Um dos garotos que foram obrigados a tirar a roupa no colégio diz que foi tratado como um "marginal" pelos policiais. O menino, de 15 anos, foi um dos escolhidos para a revista.
"Mandaram tirar a camisa e abaixar as calças e a cueca. Revistaram até nos sapatos. Todo mundo ficou assustado. Trataram todos como marginais."
Segundo ele, quase todos os garotos que estavam na escola naquela hora foram revistados.
No dia seguinte à ação policial, o colégio manteve a rotina de aulas, mas muitos dos adolescentes que passaram pelo constrangimento não compareceram, inclusive ele. "Isso deixou a gente abalado. Envergonhado até", afirma.
O garoto conta que gosta da escola e dos colegas, mas diz que talvez tenha que sair. "Meu pai não quer que eu fique lá. Acho que vai me transferir."
Segundo o aluno, os policiais chegaram em três carros, mandaram as meninas saírem das salas, reuniram os garotos e exigiram que se despissem.
Pai de dois estudantes da escola, Weber Marques Carvalho, 38, lidera um grupo de pais de alunos indignados com a situação. "Queremos segurança nas escolas, mas tem que ter limite. Isso não é uma atitude correta. Foi humilhante."
Ele deve fazer uma visita hoje ao Ministério Público, acompanhado de outros pais, para pedir providências. "Não podemos ficar calados."


Texto Anterior: Outro lado: PM confirma que revistou jovens, mas diz que não sabe se eles foram despidos
Próximo Texto: Kassab planeja construir "pacote" de túneis
Índice