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ATUALIDADES
Após golpe, Hugo Chávez reassume poder na Venezuela
ROBERTO CANDELORI
ESPECIAL PARA A FOLHA
Maior produtor de petróleo da
América, a Venezuela vai lentamente retornando à estabilidade democrática. Em três dias, o
único país latino-americano
membro da Opep (Organização
dos Países Exportadores de Petróleo) passou por um golpe militar
que derrubou o presidente Hugo
Chávez e viu ascender ao poder o
líder empresarial Pedro Carmona, que dissolveu o Congresso e
prometeu convocar eleições.
Pressionado pelos militares, renunciou, e Chávez reassumiu.
Depois de tentar chegar à Presidência por meio de um golpe militar em 92, Chávez, reverenciado
como o "pai dos pobres", assumiu o poder, eleito com 56,2%
dos votos em fevereiro de 1999.
Sua "Revolução Bolivariana",
menção a Simon Bolivar, o herói
da independência, prometia erradicar a criminalidade e a corrupção, assim como a pobreza que
atinge mais de 70% da população.
Com um discurso populista, o
presidente propôs um referendo
para elaborar uma nova Constituição. A nova Carta outorgou-lhe poderes especiais, como sancionar leis independentemente
do Congresso. Chávez convocou
eleições e se reelegeu com mais de
55% dos votos, estendendo seu
mandato até 2007. Aprovou um
pacote que lhe permitiu expropriar terras e elevar taxas para a
exploração do petróleo. Sua intervenção na estatal Petróleos de Venezuela (PDVSA), com o afastamento de seus diretores, aprofundou a crise que resultou no golpe.
Simpáticos à derrubada de Chávez, os EUA viram o golpe com
otimismo. Terceiro maior fornecedor de petróleo para o mercado
americano, a Venezuela de Chávez incomoda a Casa Branca. A
aproximação com o líder cubano Fidel Castro e a visita aos líderes
Muammar Gaddafi (Líbia) e Saddam Hussein (Iraque) foram vistas como provocação. Suspeita-se da participação de Washington no golpe, ainda que os EUA estejam muito ocupados na luta contra o terror. Sorte da Venezuela.
Roberto Candelori é coordenador da
Cia de Ética e professor da Escola Móbile
e do Objetivo (Americana)
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