São Paulo, sábado, 02 de junho de 2001

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SEGURANÇA

Tropa deixará Estado gradativamente; punição a PMs não foi descartada

Exército só começa a sair do TO na 2ª

ALESSANDRO SILVA
ENVIADO ESPECIAL A PALMAS

As tropas do Exército no Tocantins, convocadas para conter a greve da Polícia Militar, devem começar a deixar o Estado, gradativamente, depois de amanhã. Cerca de mil homens, dois helicópteros e oito blindados estão estacionados na capital, Palmas, desde o último domingo.
Ontem, no primeiro dia após o fim da greve, a força-tarefa federal começou a mapear possíveis focos de resistência no interior. Por enquanto, o comando interventor na PM descarta enviar soldados para outros municípios.
A paralisação durou 12 dias e atingiu as maiores cidades do Estado, fazendo com que pelo menos três cidades do interior decretassem estado de emergência por causa da falta de policiamento.
O Exército continua fazendo o policiamento em Palmas, com policiais civis e PMs que não se amotinaram. Na segunda-feira de manhã, os rebelados do 1º BPM, o maior batalhão do Estado, vão se apresentar para o trabalho.
As tropas federais ainda estão no comando dos policiais militares até a normalização do policiamento de rua. Ontem, o coronel Constantino Magno já havia assumido parte da coordenação para reativar o patrulhamento.
O batalhão de Palmas, onde cerca de 500 PMs ficaram aquartelados com mulheres e filhos, estava vazio ontem. "Teremos uma apuração geral de todos os fatos, mas não podemos precisar o tipo de punição e quantas serão aplicadas", disse o coronel. De imediato, não deve haver troca de comandantes ou transferências de policiais, segundo ele. E demissões? "Talvez sim, talvez não."
A garantia de emprego havia sido um dos pedidos dos grevistas, conforme eles anunciaram após encontro com representantes do Ministério Público Federal e do Estadual e com o Exército.
A Secretaria Estadual de Comunicação (Secom) distribuiu nota à imprensa contendo dados sobre o sargento Manoel Aragão, principal líder do movimento.
Segundo a nota, Aragão já passou 50 dias na cadeia e responde a processo por indisciplina.
Mas a ficha do sargento vem sendo apurada desde maio de 96. Em junho de 2000, o promotor de Justiça Militar César Augusto Margarito Zaratin o denunciou por envolvimento em fraudes na expedição de carteiras de habilitação. Para Manoel Aragão, a medida caracteriza perseguição.


Colaborou a Agência Folha



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