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SP poderá ter até R$ 3 bi para investimentos
Alívio financeiro em negociação com o governo federal inclui empréstimo de US$ 450 milhões para a linha 4 do metrô
Governador José Serra
pediu aumento de R$ 6,7 bi em seu limite de endividamento, mas autorização deve
ficar entre R$ 2 bi e R$ 3 bi
LEANDRA PERES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O alívio financeiro que o governo federal dará a São Paulo
será entre aproximadamente
R$ 2 bilhões e R$ 3 bilhões, valor que incluirá o empréstimo
de US$ 450 milhões (R$ 950
milhões) para a construção da
linha 4 - amarela do metrô.
O governador José Serra
(PSDB) pediu um aumento de
R$ 6,7 bilhões em seu limite de
endividamento, mas não receberá autorização para tudo isso. O valor final ainda depende
de negociações em torno das
receitas que serão usadas para
calcular o percentual de endividamento do Estado.
Se o conceito incluir, por
exemplo, os R$ 2 bilhões que o
Estado recebeu pela venda da
folha de pagamento dos servidores à Nossa Caixa, ocorrida
em março deste ano, o total de
empréstimos cedido pelo governo federal ficará mais próximo ou até superior a R$ 3 bilhões. Caso esses recursos fiquem de fora, o valor autorizado será menor, mas não inferior a R$ 2 bilhões.
Novo programa
À reportagem, o secretário
do Tesouro Nacional, Tarcísio
Godoy, confirmou que a assinatura de um novo programa de
ajuste fiscal com o Estado de
São Paulo está próxima, mas
não quis dar mais detalhes do
do montante que será autorizado pelo governo federal.
"Estamos negociando com
São Paulo", afirmou Godoy à
Folha. "Mas ainda não há definição de valores. Não vou comentar isso."
Para que o Estado assine o
contrato da linha 4 do metrô é
necessário que a União concorde em ser avalista nessa operação. Isso só pode ser feito se o
governo estadual tiver dívidas
abaixo do limite estabelecido
no contrato de renegociação
assinado em 1998, que é correspondente a uma vez a receita
obtida pelo Estado.
Como as receitas estaduais
têm crescido, a relação entre a
dívida e a arrecadação vem
caindo, o que, desta forma, abre
espaço para novos empréstimos. Godoy explicou que o Tesouro Nacional está revisando
as estimativas de receita de São
Paulo para poder acomodar essas operações.
O pedido de empréstimo de
US$ 450 milhões já foi feito ao
governo federal e, quando autorizado, incluirá recursos do
Bird (Banco Internacional para
Reconstrução e Desenvolvimento) e um consórcio de bancos japoneses. A Assembléia
Legislativa também já deu autorização para o empréstimo.
A linha 4 ligará o bairro da
Luz (região central de São Paulo) à Vila Sônia (zona oeste).
Foi nessa linha que, em 12 de
janeiro deste ano, o canteiro de
obras da futura estação Pinheiros desabou. Na ocasião, sete
pessoas morreram.
Impacto fiscal
A garantia que a União dará
para viabilizar esse empréstimo não terá impacto sobre o
superávit primário, economia
que o governo federal, Estados,
municípios e estatais fazem para abater a dívida pública.
O resultado só será prejudicado quando São Paulo começar a gastar o dinheiro do empréstimo. O ministro Guido
Mantega (Fazenda) já anunciou que a redução no esforço
fiscal dos Estados será compensada com um aumento do
superávit da União.
Entendimento
A negociação do governo federal com São Paulo faz parte
do entendimento entre os governadores e o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva. O governador José Serra não será o único
beneficiado.
Quando convidou os governadores para uma reunião em
março para apresentar o PAC
(Programa de Aceleração do
Crescimento), o presidente Lula determinou à equipe econômica que encontrasse meios
para que os Estados também
pudessem aumentar seus investimentos. Desde então, os
técnicos do governo estudam
alternativas para viabilizar o
pedido do presidente.
Carta branca
O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral Filho
(PMDB), tem carta branca para
uma operação de troca de dívida externa. Ele quer transformar um empréstimo de cerca
de US$ 240 milhões com o Bird
por uma dívida em reais.
As conversas com Minas Gerais também envolvem uma revisão das receitas do Estado. A
idéia é que se encontre uma saída parecida com o que está sendo elaborada para São Paulo.
Os cálculos do governo mineiro
apontam para uma folga de R$
2 bilhões no limite de endividamento estadual.
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