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Tempestades são comuns na região
Meteorologista diz que não havia fenômenos anormais no domingo
Todos os pilotos que voam para a Europa ou para os EUA têm conhecimento das características da área,
diz pesquisador do Cptec
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO JOSÉ DOS
CAMPOS
DA REPORTAGEM LOCAL
O Cptec (Centro de Previsão
de Tempo e Estudos Climáticos) diz que imagens de satélite
mostram uma tempestade em
andamento na região provável
do desaparecimento do avião.
De acordo com o meteorologista Marcelo Seluchi, não é
possível identificar, porém,
qualquer fenômeno anormal.
A informação é confirmada
por Osmar Pinto Jr., coordenador do Elat (Grupo de Eletricidade Atmosférica) do Inpe
(Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). "Havia muitas
tempestades ativas [com raios]
na região. Mas nada que possa
ser chamado de anormal."
Seluchi aponta que essas
tempestades são comuns na região e que os pilotos têm conhecimento dessa situação.
"Todo avião que sai do Brasil
em direção à Europa ou aos
EUA tem que atravessar a zona
de convergência intertropical",
afirma o meteorologista.
A zona de convergência intertropical é um fenômeno no
qual ventos dos hemisférios
norte e sul se encontram, formando nuvens. Essas nuvens,
que podem ter entre 12 e 15 quilômetros de altura, se estendem paralelamente à linha do
Equador como uma espécie de
"anel de tempestades".
O meteorologista aponta
que, apesar de ser uma região
instável, na altura em que o
avião voava (cerca de 11 quilômetros) é muito difícil enfrentar grandes turbulências ou
mesmo ser atingido por raio.
Mas um vento que muda de
direção ou de velocidade muito
rapidamente, ou mesmo um
raio passando entre nuvens,
pode atingir o aparelho.
Para Osmar Pinto Jr., o fato
de o avião ter emitido um sinal
de pane elétrica é muito significativo. "Existe a possibilidade,
por exemplo, de o avião ter sido
atingido por um raio horizontal, que saiu da nuvem de lado."
Assim, pode ter ocorrido dano ao radar do avião. "Nesse caso, talvez, ele não tenha tido como desviar de outra tempestade que estava à sua frente."
(FÁBIO AMATO e EDUARDO GERAQUE)
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