São Paulo, terça-feira, 02 de junho de 2009

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Tempestades são comuns na região

Meteorologista diz que não havia fenômenos anormais no domingo

Todos os pilotos que voam para a Europa ou para os EUA têm conhecimento das características da área, diz pesquisador do Cptec


DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
DA REPORTAGEM LOCAL

O Cptec (Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos) diz que imagens de satélite mostram uma tempestade em andamento na região provável do desaparecimento do avião.
De acordo com o meteorologista Marcelo Seluchi, não é possível identificar, porém, qualquer fenômeno anormal.
A informação é confirmada por Osmar Pinto Jr., coordenador do Elat (Grupo de Eletricidade Atmosférica) do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). "Havia muitas tempestades ativas [com raios] na região. Mas nada que possa ser chamado de anormal."
Seluchi aponta que essas tempestades são comuns na região e que os pilotos têm conhecimento dessa situação.
"Todo avião que sai do Brasil em direção à Europa ou aos EUA tem que atravessar a zona de convergência intertropical", afirma o meteorologista.
A zona de convergência intertropical é um fenômeno no qual ventos dos hemisférios norte e sul se encontram, formando nuvens. Essas nuvens, que podem ter entre 12 e 15 quilômetros de altura, se estendem paralelamente à linha do Equador como uma espécie de "anel de tempestades".
O meteorologista aponta que, apesar de ser uma região instável, na altura em que o avião voava (cerca de 11 quilômetros) é muito difícil enfrentar grandes turbulências ou mesmo ser atingido por raio.
Mas um vento que muda de direção ou de velocidade muito rapidamente, ou mesmo um raio passando entre nuvens, pode atingir o aparelho.
Para Osmar Pinto Jr., o fato de o avião ter emitido um sinal de pane elétrica é muito significativo. "Existe a possibilidade, por exemplo, de o avião ter sido atingido por um raio horizontal, que saiu da nuvem de lado."
Assim, pode ter ocorrido dano ao radar do avião. "Nesse caso, talvez, ele não tenha tido como desviar de outra tempestade que estava à sua frente." (FÁBIO AMATO e EDUARDO GERAQUE)


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