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Confronto no Alemão pode ter matado 22
Número resulta de cruzamento de dados da Secretaria de Segurança e da Polícia Civil; dois corpos estão sem identificação
Dados oficiais apontam que
19 pessoas morreram na
operação realizada na
última quarta-feira no
complexo de favelas do Rio
MÁRCIA BRASIL
DA SUCURSAL DO RIO
MALU TOLEDO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO
Cruzamento de informações
da Secretaria de Segurança e da
Polícia Civil aponta que o número de mortos na operação
policial da quarta-feira passada
no conjunto de favelas do Alemão (zona norte do Rio) pode
chegar a 22. Na ação, que envolveu 1.350 policiais, 19 pessoas
morreram, segundo a polícia.
O 20º nome chegou ao diretor do IFP (Instituto Félix Pacheco), Juarez Carrasco, que
está levantando os antecedentes criminais das vítimas, através de lista enviada pela Polícia
Civil para verificação. Outros
dois corpos, ainda sem identificação, foram localizados na região logo depois do conflito.
Na sexta-feira, a Polícia Civil
divulgou lista com nomes de 19
mortos. No sábado, a Secretaria
de Segurança tinha uma lista na
qual contava o nome de Claudemiro Santos Silva, 28, e a informação de mais dois corpos.
Os dados da Polícia Civil são
baseados na entrada de corpos
no IML (Instituto Médico Legal). Já as informações da Secretaria de Segurança têm como base levantamento do IFP para descobrir quais mortos tinham antecedentes criminais.
Essas duas vítimas ainda estão sem identificação. Técnicos
do IFP informaram que um dos
corpos (o que corresponde à
guia de remoção do IML número 203) não foi identificado por
não ter digitais. A vítima pode
ter sofrido de uma doença de
pele ou ter raspado as pontas
dos dedos. As digitais de outro
corpo (guia 311) não constam
no arquivo do IFP.
Tiros fatais
No sábado foram enterradas
mais vítimas: Cléber Mendes,
36, Rafael Marques Cerqueira,
26, Bruno de Paula Gonçalves,
20, Jairo César da Silva Caetano, 28, o Gerinho, e Rafael Bernardino da Silva, 20.
A Folha teve acesso à certidão de óbito de Bernardino da
Silva, que atesta que ele foi
morto por arma de fogo. Os
projéteis atravessaram o pulmão e atingiram o abdômen,
causando ferimentos no pulmão, no coração e no fígado.
Ainda de acordo com as certidões, Cléber Mendes levou
um tiro no pescoço; Rafael Cerqueira foi atingido no crânio,
no pescoço e no tórax; e Bruno
Gonçalves foi baleado no tórax
e no abdômen.
Com isso, sabe-se que pelo
menos 13 vítimas foram atingidas em partes vitais do corpo.
Pelo levantamento parcial do
IFP, Paulo Eduardo dos Santos, José da Silva Faria Júnior,
Marcelo Luiz Madeira e Bernardino da Silva não têm passagem pela polícia.
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