São Paulo, segunda-feira, 02 de julho de 2007

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Confronto no Alemão pode ter matado 22

Número resulta de cruzamento de dados da Secretaria de Segurança e da Polícia Civil; dois corpos estão sem identificação

Dados oficiais apontam que 19 pessoas morreram na operação realizada na última quarta-feira no complexo de favelas do Rio

MÁRCIA BRASIL
DA SUCURSAL DO RIO

MALU TOLEDO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO

Cruzamento de informações da Secretaria de Segurança e da Polícia Civil aponta que o número de mortos na operação policial da quarta-feira passada no conjunto de favelas do Alemão (zona norte do Rio) pode chegar a 22. Na ação, que envolveu 1.350 policiais, 19 pessoas morreram, segundo a polícia.
O 20º nome chegou ao diretor do IFP (Instituto Félix Pacheco), Juarez Carrasco, que está levantando os antecedentes criminais das vítimas, através de lista enviada pela Polícia Civil para verificação. Outros dois corpos, ainda sem identificação, foram localizados na região logo depois do conflito.
Na sexta-feira, a Polícia Civil divulgou lista com nomes de 19 mortos. No sábado, a Secretaria de Segurança tinha uma lista na qual contava o nome de Claudemiro Santos Silva, 28, e a informação de mais dois corpos.
Os dados da Polícia Civil são baseados na entrada de corpos no IML (Instituto Médico Legal). Já as informações da Secretaria de Segurança têm como base levantamento do IFP para descobrir quais mortos tinham antecedentes criminais.
Essas duas vítimas ainda estão sem identificação. Técnicos do IFP informaram que um dos corpos (o que corresponde à guia de remoção do IML número 203) não foi identificado por não ter digitais. A vítima pode ter sofrido de uma doença de pele ou ter raspado as pontas dos dedos. As digitais de outro corpo (guia 311) não constam no arquivo do IFP.

Tiros fatais
No sábado foram enterradas mais vítimas: Cléber Mendes, 36, Rafael Marques Cerqueira, 26, Bruno de Paula Gonçalves, 20, Jairo César da Silva Caetano, 28, o Gerinho, e Rafael Bernardino da Silva, 20.
A Folha teve acesso à certidão de óbito de Bernardino da Silva, que atesta que ele foi morto por arma de fogo. Os projéteis atravessaram o pulmão e atingiram o abdômen, causando ferimentos no pulmão, no coração e no fígado.
Ainda de acordo com as certidões, Cléber Mendes levou um tiro no pescoço; Rafael Cerqueira foi atingido no crânio, no pescoço e no tórax; e Bruno Gonçalves foi baleado no tórax e no abdômen.
Com isso, sabe-se que pelo menos 13 vítimas foram atingidas em partes vitais do corpo.
Pelo levantamento parcial do IFP, Paulo Eduardo dos Santos, José da Silva Faria Júnior, Marcelo Luiz Madeira e Bernardino da Silva não têm passagem pela polícia.


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