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Vôos voltam ao normal hoje, diz Infraero
FAB atribui problemas a nevoeiro na região Sul do país e a quedas nos sistemas de computadores nas áreas de controle
Até as 19h30 de ontem, 46%
dos vôos no país foram
cancelados ou tiveram
atraso de mais de uma hora
A SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA AGÊNCIA FOLHA
DA REPORTAGEM LOCAL
A situação nos aeroportos,
que vêm sofrendo atrasos e
cancelamentos desde sexta-feira, só será normalizada por volta do meio-dia de hoje, afirmou
ontem o presidente da Infraero, brigadeiro José Carlos Pereira, através de sua assessoria.
O brigadeiro fez a previsão
no início da noite de ontem,
quando havia problemas em
46% dos vôos programados no
país. Segundo a Infraero, dos
1.337 vôos previstos até as
19h30, 615, ou 46% do total, foram cancelados ou decolaram
pelo menos uma hora depois do
previsto -482 atrasos e 133
cancelamentos. Em Guarulhos,
44% dos vôos tiveram problemas; e em Congonhas, 34%.
No Aeroporto Internacional
de Belém (PA), dos 30 vôos que
estavam programados até as
19h30 de ontem, 26 sofreram
atrasos ou cancelamentos.
No sábado, um vôo da Gol
que iria para Fortaleza, às
17h55, foi cancelado após atraso. Remarcado para as 9h50 de
domingo, o vôo só partiu às
13h45, segundo a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).
O aeroporto Salgado Filho,
de Porto Alegre (RS), registrou
18 atrasos e três vôos cancelados da 0h às 19h30.
A Aeronáutica atribuiu os
problemas no início das férias
escolares a dois fatores: um nevoeiro no Sul (que chegou a
atrasar em 12 horas vôos saindo
de Porto Alegre) e quedas do
sistema de computação nas
áreas de controle.
Na tentativa de minimizar o
problema, a FAB o comparou
com computadores de bancos e
até de redações de jornais que,
vez ou outra, "caem" e precisam ser religados. Isso, disse a
instituição, ocorria também
antes do apagão aéreo e deve
continuar ocorrendo, sem nenhuma conexão com o movimento dos controladores.
Para os controladores de vôo,
a situação é mais complicada e
requer investimentos do governo. "O governo precisa decidir
se quer resolver a crise ou só
botar a culpa nos controladores", diz Jorge Botelho, presidente do sindicato que responde pelos controladores civis.
De acordo com um controlador militar que não quis se
identificar, as panes são freqüentes e resultam de equipamentos ineficientes.
Para o sindicalista, o fato de
problemas terem voltado a
acontecer indica que as medidas adotadas pelo governo, como prisão de alguns controladores, não surtiram efeito. "Já
não afastaram a banda podre?"
O presidente do sindicato
afastou a possibilidade de os
atrasos serem fruto de operação-padrão ou outro tipo de
manifestação da categoria.
Alheio às disputas entre controladores e governo, o comerciante Hilton Santos Fontes assistia ontem a Brasil e Chile em
Cumbica. "Minha filhinha já liga e pergunta se eu vou hoje.
Nem ela acredita mais", disse.
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