São Paulo, segunda-feira, 02 de julho de 2007

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Vôos voltam ao normal hoje, diz Infraero

FAB atribui problemas a nevoeiro na região Sul do país e a quedas nos sistemas de computadores nas áreas de controle

Até as 19h30 de ontem, 46% dos vôos no país foram cancelados ou tiveram atraso de mais de uma hora

A SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA AGÊNCIA FOLHA
DA REPORTAGEM LOCAL

A situação nos aeroportos, que vêm sofrendo atrasos e cancelamentos desde sexta-feira, só será normalizada por volta do meio-dia de hoje, afirmou ontem o presidente da Infraero, brigadeiro José Carlos Pereira, através de sua assessoria.
O brigadeiro fez a previsão no início da noite de ontem, quando havia problemas em 46% dos vôos programados no país. Segundo a Infraero, dos 1.337 vôos previstos até as 19h30, 615, ou 46% do total, foram cancelados ou decolaram pelo menos uma hora depois do previsto -482 atrasos e 133 cancelamentos. Em Guarulhos, 44% dos vôos tiveram problemas; e em Congonhas, 34%.
No Aeroporto Internacional de Belém (PA), dos 30 vôos que estavam programados até as 19h30 de ontem, 26 sofreram atrasos ou cancelamentos.
No sábado, um vôo da Gol que iria para Fortaleza, às 17h55, foi cancelado após atraso. Remarcado para as 9h50 de domingo, o vôo só partiu às 13h45, segundo a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).
O aeroporto Salgado Filho, de Porto Alegre (RS), registrou 18 atrasos e três vôos cancelados da 0h às 19h30.
A Aeronáutica atribuiu os problemas no início das férias escolares a dois fatores: um nevoeiro no Sul (que chegou a atrasar em 12 horas vôos saindo de Porto Alegre) e quedas do sistema de computação nas áreas de controle.
Na tentativa de minimizar o problema, a FAB o comparou com computadores de bancos e até de redações de jornais que, vez ou outra, "caem" e precisam ser religados. Isso, disse a instituição, ocorria também antes do apagão aéreo e deve continuar ocorrendo, sem nenhuma conexão com o movimento dos controladores.
Para os controladores de vôo, a situação é mais complicada e requer investimentos do governo. "O governo precisa decidir se quer resolver a crise ou só botar a culpa nos controladores", diz Jorge Botelho, presidente do sindicato que responde pelos controladores civis.
De acordo com um controlador militar que não quis se identificar, as panes são freqüentes e resultam de equipamentos ineficientes.
Para o sindicalista, o fato de problemas terem voltado a acontecer indica que as medidas adotadas pelo governo, como prisão de alguns controladores, não surtiram efeito. "Já não afastaram a banda podre?"
O presidente do sindicato afastou a possibilidade de os atrasos serem fruto de operação-padrão ou outro tipo de manifestação da categoria.
Alheio às disputas entre controladores e governo, o comerciante Hilton Santos Fontes assistia ontem a Brasil e Chile em Cumbica. "Minha filhinha já liga e pergunta se eu vou hoje. Nem ela acredita mais", disse.


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