São Paulo, Sábado, 02 de Outubro de 1999
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Licitação pode ficar sem interessados

da Reportagem Local

O projeto do pedágio na marginal Tietê corre o risco de se tornar pouco atrativo para a iniciativa privada e nunca sair do papel, caso o cronograma das obras não seja ampliado ou a Prefeitura de São Paulo não libere a cobrança da tarifa apenas depois da conclusão da obra.
Essa é a análise feita por funcionários de concessionárias de rodovias paulistas e pela Associação Brasileiras de Concessionárias de Rodovias.
Segundo os especialistas, o principal obstáculo deverá ser a liberação de financiamento para garantir a construção da nova pista da marginal.
A obtenção de empréstimo é quase obrigatória porque a empresa que vencer a licitação deverá investir R$ 250 milhões nas obras, mas só poderá começar a cobrar pedágio após a conclusão da obra (um ano depois).
"As instituições financeiras têm receio de liberar financiamentos antes da cobrança do pedágio. Não há garantia de que o projeto vai dar o retorno esperado e ainda corre o risco de sofrer intervenções judiciais ou administrativas com a mudança de gestão", disse o presidente da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias, Moacyr Duarte.

Cronograma
Outro obstáculo apontado por funcionários de concessionárias paulistas é o cronograma das obras, curto para a previsão de retorno.
Pelo projeto, a empresa precisaria fazer todos os investimentos e finalizar as novas pistas em menos de um ano. Mas começará a ter retorno apenas a partir do 18º ano da concessão.
No programa de privatização das rodovias estaduais, as empresas concentram os investimentos nas principais obras ao longo dos primeiros cinco anos da concessão. E o retorno do investimento começa a surgir a partir do 9º ano.
"A prefeitura precisaria ampliar o cronograma para diluir o investimento e tornar o projeto mais atrativo", disse um funcionário de uma concessionária de São Paulo que preferiu não se identificar. (GN)



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