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Praias da Baixada Santista não têm policiais
A reportagem visitou 17 praias e não viu policiais na orla ou nos calçadões; moradores e turistas dizem estar preocupados
A praia de José Menino, em Santos, é a única com uma base da PM; estagiários da Guarda Municipal usam radiocomunicadores
FLÁVIO FERREIRA
DO "AGORA"
O turista que já busca as
praias da Baixada Santista encontra muito sol, mas não vê
policiais ou guardas-civis municipais nos balneários do litoral sul. Em visita a 17 praias do
Guarujá, Santos, São Vicente,
Praia Grande, Mongaguá e Itanhaém, na semana passada, a
reportagem não encontrou policiamento.
Em nenhuma delas foram
vistas equipes de policiais ou
guardas-civis fazendo patrulhamento a pé ou de bicicleta
nos calçadões da orla marítima,
onde ocorreram vários assaltos
nos últimos verões.
Apenas um carro da Polícia
Militar foi encontrada rodando
em cima do calçadão que margeia a praia de Itararé, em São
Vicente.
Em Santos, a reportagem encontrou estagiários da Guarda
Municipal com radiocomunicadores.
Também em 16 praias visitadas não há bases fixas da PM ou
das guardas-civis. A exceção fica para a praia de José Menino,
em Santos, onde há um posto
da guarda local.
Em Mongaguá, os comerciantes da praia de Agenor de
Campos reclamam do fechamento de um posto da Guarda
Municipal há cerca de dois meses. No momento, a base está
sendo reformada para a criação
de uma escola de surfe, dizem
os comerciantes.
As condições de insegurança
são relatadas principalmente
pelos moradores e turistas do
Guarujá e Praia Grande. Eles
afirmam que a colocação de câmeras de vigilância nos balneários não foi suficiente para acabar com o grande número de
furtos e roubos que acontecem
perto da praia.
"Sentimos muita falta da polícia aqui. O pior é que, se vier
um assaltante, não temos para
onde correr", disse o aposentado Walter Cunha, de 80 anos,
que andava pela praia de Pitangueiras, no Guarujá, na tarde da
última terça-feira.
Moradores têm medo
Na Praia Grande, o medo dos
criminosos levou muitos dos
entrevistados a pedirem para
não serem identificados pela
reportagem.
"A coisa realmente está feia.
Os bandidos tomaram conta.
Há um monte de câmeras de
segurança aqui, mas não sei para que", afirmou uma moradora da praia de Guilhermina, que
pediu para não ter o nome divulgado.
O aposentado Nelson Baldan, 60, e a mulher, a funcionária pública Marina Baldan, 55,
passeavam pela praia da Aviação, na mesma cidade, na tarde
de quarta-feira. Eles disseram
que os turistas que forem ao local devem estar preparados para a falta de segurança.
"Ao sair para caminhar na orla de Praia Grande, só leve as
chaves da casa", disseram.
Um dos casos de violência
ocorridos na Baixada Santista
poderia ter tido final diferente
se houvesse policial por perto.
No último dia 25, um turista de
São Paulo foi baleado durante
um assalto na praia das Astúrias, no Guarujá.
Os bandidos roubaram a corrente de ouro branco do tio da
vítima e fugiram. Sem ter a
quem recorrer, o tio tentou alcançar os criminosos e um deles atirou, de acordo com relato
da Polícia Civil. O tiro, cujo alvo
era o dono da corrente, acabou
atingindo o programador de
sistemas Diego Engel Leite, 29,
no peito. Ele estava a turismo
na cidade. A dupla fugiu com a
corrente.
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