São Paulo, domingo, 02 de dezembro de 2007

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Praias da Baixada Santista não têm policiais

A reportagem visitou 17 praias e não viu policiais na orla ou nos calçadões; moradores e turistas dizem estar preocupados

A praia de José Menino, em Santos, é a única com uma base da PM; estagiários da Guarda Municipal usam radiocomunicadores

FLÁVIO FERREIRA
DO "AGORA"

O turista que já busca as praias da Baixada Santista encontra muito sol, mas não vê policiais ou guardas-civis municipais nos balneários do litoral sul. Em visita a 17 praias do Guarujá, Santos, São Vicente, Praia Grande, Mongaguá e Itanhaém, na semana passada, a reportagem não encontrou policiamento.
Em nenhuma delas foram vistas equipes de policiais ou guardas-civis fazendo patrulhamento a pé ou de bicicleta nos calçadões da orla marítima, onde ocorreram vários assaltos nos últimos verões.
Apenas um carro da Polícia Militar foi encontrada rodando em cima do calçadão que margeia a praia de Itararé, em São Vicente.
Em Santos, a reportagem encontrou estagiários da Guarda Municipal com radiocomunicadores.
Também em 16 praias visitadas não há bases fixas da PM ou das guardas-civis. A exceção fica para a praia de José Menino, em Santos, onde há um posto da guarda local.
Em Mongaguá, os comerciantes da praia de Agenor de Campos reclamam do fechamento de um posto da Guarda Municipal há cerca de dois meses. No momento, a base está sendo reformada para a criação de uma escola de surfe, dizem os comerciantes.
As condições de insegurança são relatadas principalmente pelos moradores e turistas do Guarujá e Praia Grande. Eles afirmam que a colocação de câmeras de vigilância nos balneários não foi suficiente para acabar com o grande número de furtos e roubos que acontecem perto da praia.
"Sentimos muita falta da polícia aqui. O pior é que, se vier um assaltante, não temos para onde correr", disse o aposentado Walter Cunha, de 80 anos, que andava pela praia de Pitangueiras, no Guarujá, na tarde da última terça-feira.

Moradores têm medo
Na Praia Grande, o medo dos criminosos levou muitos dos entrevistados a pedirem para não serem identificados pela reportagem.
"A coisa realmente está feia. Os bandidos tomaram conta. Há um monte de câmeras de segurança aqui, mas não sei para que", afirmou uma moradora da praia de Guilhermina, que pediu para não ter o nome divulgado.
O aposentado Nelson Baldan, 60, e a mulher, a funcionária pública Marina Baldan, 55, passeavam pela praia da Aviação, na mesma cidade, na tarde de quarta-feira. Eles disseram que os turistas que forem ao local devem estar preparados para a falta de segurança.
"Ao sair para caminhar na orla de Praia Grande, só leve as chaves da casa", disseram.
Um dos casos de violência ocorridos na Baixada Santista poderia ter tido final diferente se houvesse policial por perto. No último dia 25, um turista de São Paulo foi baleado durante um assalto na praia das Astúrias, no Guarujá.
Os bandidos roubaram a corrente de ouro branco do tio da vítima e fugiram. Sem ter a quem recorrer, o tio tentou alcançar os criminosos e um deles atirou, de acordo com relato da Polícia Civil. O tiro, cujo alvo era o dono da corrente, acabou atingindo o programador de sistemas Diego Engel Leite, 29, no peito. Ele estava a turismo na cidade. A dupla fugiu com a corrente.


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