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Governo de SP ameaça fechar escola "top" do ensino médio
A estadual Alberto Torres, no Butantã, liderou Saresp, mas não deve funcionar em 2010
Colégio tem 178 alunos e demanda é baixa, segundo a secretaria; pais tiveram de preencher formulário com opções de outras escolas
TAI NALON
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O governo do Estado de São
Paulo ameaça fechar aquela
que tem, segundo o seu próprio
indicador de qualidade, o melhor ensino médio da capital.
Localizada no Butantã, zona
oeste da cidade, a escola estadual Alberto Torres ficou em
primeiro lugar no Saresp 2008,
mas não deve oferecer aulas no
ano letivo de 2010.
A certeza do fechamento
chegou a pais, alunos e professores em uma reunião no dia 28
de outubro. Conforme relataram à Folha dois professores,
quatro pais e três alunos da escola, o encerramento das atividades foi anunciado pela vice-diretora, Eunice Ramos, e por
uma superintendente da Diretoria de Ensino da Região Centro-Oeste.
Na ocasião, também foram
distribuídos aos pais formulários para que escolhessem três
escolas da região para as quais
gostariam de transferir seus filhos a partir do ano que vem.
Desde então, funcionários,
pais e alunos estão se mobilizando para impedir o fim da escola. Na semana passada, entraram com um pedido no Ministério Público e no Conselho
Tutelar do Butantã para que
acompanhassem o caso.
Segundo funcionários presentes nessa reunião, a justificativa apresentada pelo Estado
é que não há demanda de alunos na região -baixa procura
confirmada pela Secretaria da
Educação. Hoje, há 178 alunos
matriculados na escola, conforme informou a Cogesp (órgão
que administra as escolas estaduais da região metropolitana).
O colégio fica numa região
nobre de São Paulo, ao lado do
Instituto Butantan e próximo à
futura estação Butantã do metrô, cuja inauguração é prevista
para o ano que vem. Foi inaugurada em 1932 como uma escola agrícola e foi idealizada
por Vital Brazil para abrigar filhos de funcionários da instituição de pesquisa.
Hoje, sem hortas e pomares,
abriga sete turmas de ensino
fundamental e médio, cujos
alunos e professores dizem
conviver há pelo menos três
anos com boatos e ameaças de
fechamento.
"Há demanda. O problema é
que, com esses boatos, pais têm
medo de colocar seus filhos e
professores resistem em ir",
disse o professor de filosofia
Liroan Tadeu Porto de Lima.
Para Cíntia Ribeiro, aluna da
sétima série, o pior é estudar
sem a certeza de que a escola
estará lá no ano seguinte. "Eu
gosto de estudar lá e queria ficar. É muito ruim ter que ficar
trocando de escola toda hora."
Mesmo com a ameaça, Sueli
Ferreira da Silva, assistente de
serviços gerais e mãe de uma
aluna do segundo ano, não pensa em mudar de planos. "Quero
por minha filha mais nova lá."
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