São Paulo, domingo, 3 de janeiro de 1999

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SEGURANÇA
Segundo a PM, no mínimo 30% dos policiais lotados na burocracia participam de operações "semanalmente"
Comando diz que todos PMs
vão às ruas

da Reportagem Local

A Polícia Militar contesta, por meio de sua assessoria de imprensa, a informação de que 44% dos PMs não fazem policiamento.
"Todos os componentes da Polícia Militar são obrigados a trabalhar nas ruas", diz o tenente-coronel Leopoldo Augusto Corrêa Filho, chefe da 5ª Seção do Estado-Maior da Polícia Militar, que cuida das relações públicas da corporação, em fax enviado à Folha.
No mínimo 30% dos PMs lotados na burocracia participam de operações "semanalmente", diz.
Segundo ele, o efetivo burocrático da PM fica em torno de 15%, "bem abaixo dos 26% encontrados na polícia de Nova York".
À Folha, o Departamento de Polícia de Nova York informou que seu contingente burocrático corresponde a 14,14% do efetivo. Os cargos são ocupados por civis.
Ele afirma que é incorreto o critério adotado pela Folha, que exclui bombeiros, policiais de trânsito e rodoviários e guardas florestais do policiamento de rua.
Como exemplo, cita que essas forças realizaram 2.375 prisões em flagrante no último ano, além de suas atribuições habituais.
"Contestamos, veementemente, a inserção de serviços especializados como bombeiros, policiamento florestal e de mananciais, trânsito e policiamento rodoviário como efetivos que não estão presentes nas ruas", escreve.
Leia a seguir o que ele diz sobre os serviços da PM que não estão voltados para o policiamento:
Diretoria de saúde e centro farmacêutico - "Não são homens retirados das ruas, pois foram contratados para cargos específicos".
Corpo Musical - Ele confirma que existem 620 músicos no Estado. São "efetivos encontrados em praticamente todas as organizações policiais do mundo, com função de despertar o civismo e com trabalho social muito importante". Ressalta que o Corpo Musical é responsável pelo combate ao tráfico de drogas em escolas.
Barbeiros, cabeleireiros, marceneiros e encanadores - Segundo Corrêa Filho, só 18 homens trabalham nesses setores, recrutados entre os que estão impossibilitados de atuar nas ruas por "restrições médicas". Sobre os barbeiros, afirma: "Pode-se questionar a existência de tais serviços e, em contrapartida, argumentamos que nossa instituição exige a adequada apresentação pessoal e que esta não deve depender do seu salário, o que seria incompatível".
Mecânicos, funileiros e frentistas - A PM precisa desses profissionais para manter a frota em condições 24 horas por dia, "sem correr o risco de greves".
Motoristas - A PM já utilizou civis na função, mas a contratação foi considerada "irregular". Corrêa Filho diz que os motoristas dão "apoio ao policiamento".
Reestruturação - O tenente-coronel diz que estão sendo realizados estudos para a "reestruturação geral da PM" visando aumentar o policiamento de rua. Seriam extintos os chamados Grandes Comandos Especializados (de trânsito e florestal) e os efetivos seriam pulverizados nos batalhões.
Metas - O Programa de Orientação e Controle de Indicadores Criminais vai monitorar nove modalidades de crime. As estatísticas serão enviados pela Internet para as companhias. Se um tipo de crime cresce, a companhia muda suas prioridades. (MCC)


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