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SAIA JUSTA
Busca pelo "moço certo"
vira best seller
ANTONINA LEMOS
A apresentadora de TV Lúcia Soares,
34, mora sozinha, é independente financeiramente e acha que a sua vida
profissional está bem resolvida. Mas
ela assume que, quando se trata de vida afetiva, as coisas não estão dando
muito certo. Motivos: falta de tempo
para investir no assunto e dificuldade
em encontrar homens legais e com
quem ela se identifique.
Mulheres como ela viraram o assunto de cabeceira do verão. Elas
estão retratadas no livro "O Diário de Brigdet Jones", que virou
febre na temporada.
O diário, escrito pela inglesa Helen Fielding, virou best seller
mundial e foi lançado no Brasil em
novembro pela editora Record. O
livro já está esgotado no país e a
próxima edição deve ser lançada
em janeiro.
A personagem do livro, Bridget,
é uma moça solteira que está na
casa dos 30 anos. Além de contar
as aventuras da personagem em
busca do "moço certo", o diário
narra também as suas tentativas
de organizar sua vida e ser uma
mulher "madura".
Na vida real, mulheres solteiras
assumem seu lado Bridget. "Sempre me preocupei muito com a minha vida profissional, em ficar independente, a parte afetiva acabou
ficando de lado", diz Lúcia Soares. Hoje, ela assume que pensa
em casar e ter filhos. "Mas só se
tiver a sorte de encontrar um cara
legal."
Assim como a personagem do livro, ela gostaria de encontrar alguém que quisesse se envolver de
verdade. "Sou um pouco exigente, queria encontrar um cara que
tivesse a ver comigo, com quem eu
pudesse me divertir", diz.
"De preferência, alguém que estivesse na mesma fase de vida que
eu. Há muito tempo não me relaciono com um cara que ganhe a
mesma coisa que eu. Geralmente
eles ganham menos."
As Bridgets se sentem mal quando vão a eventos de casados, em
que são interrogadas sobre quando vão casar e ter filhos. A fotógrafa Daniela Albuquerque, 30, já
passou por isso.
"Outro dia fui à festa de aniversário do filho da minha prima.
Quando vi todos aqueles casais
com filhos, me senti estranha.
Acabei conversando a festa inteira
com as minhas primas adolescentes", conta.
Adolescência tardia
Na vida real, as Bridgets também
assumem que têm um lado infantil. Daniela acha que as pessoas de
sua geração estão ficando adultas
mais tarde.
"A gente só começa a entrar na
vida adulta aos 30 anos, ainda me
sinto adolescente em muitas coisas", diz.
Ela também pensa em casar e ter
filhos. "Mas, na verdade, acho
que tenho um pouco de medo de
me envolver, meus últimos relacionamentos foram com pessoas
que moram em outras cidades."
Mas nem todas as Bridgets estão
procurando o senhor certo. A jornalista Raquel Afonso, 26, se identifica com a personagem, embora
casamento e filhos não façam parte dos seus planos.
"Acho que mulheres como a
gente, que trabalham e cuidam da
própria vida, se divertem muito e
são bem-humoradas. Temos as
nossas responsabilidades, mas
não abrimos mão da diversão. É
por isso que até parecemos um
pouco infantis", diz.
Lúcia concorda e reclama da falta de lugares para mulheres de 30
anos se divertirem em São Paulo.
"Adoro sair para dançar. Mas é
engraçado, quando eu saio, sempre sou a mais velha. A sensação
que dá é que depois que você fez 30
anos não pode mais se divertir."
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