São Paulo, domingo, 3 de janeiro de 1999

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SAÚDE
Prevenção mantém turista
longe de hospital

JAIRO BOUER
especial para a Folha

Quem está planejando uma viagem de férias neste verão deve ficar atento a certas precauções que podem garantir que o descanso não termine antes do tempo.
Quanto mais precárias as condições de infra-estrutura e higiene do local a ser visitado, maiores os cuidados necessários para evitar problemas de saúde.
Quanto mais alta a temperatura, maior também deve ser a atenção, principalmente para a alimentação e para os líquidos.
Os alimentos se deterioram mais facilmente e as bactérias proliferam com maior velocidade durante o calor.
É preciso tomar muito cuidado com os restaurantes e bares escolhidos para fazer as refeições.

Cozinha limpa
A cozinha dos estabelecimentos deve estar sempre limpa e o local deve contar, pelo menos, com refrigeradores e freezers.
O infectologista Sergio Cimerman, do Instituto Emílio Ribas, de São Paulo, diz que as infecções alimentares (gastroenterites) estão entre os problemas mais comuns verificados durante as férias.
A pessoa começa a passar mal e apresenta tonturas, náusea, diarréia e vômitos.
Segundo Cimerman, um adulto normal tende a se recuperar de um quadro como esse em, no mínimo, dois ou três dias.
No entanto, é fundamental que a pessoa tome bastante líquido nesse período para evitar ficar com desidratação. Crianças correm maior risco de ficar desidratadas no verão.
Se a pessoa não melhora em dois ou três dias, com a adoção de medidas básicas de hidratação e repouso, ela deve procurar cuidados médicos.
Muitas vezes é necessário que o paciente tome soro (para evitar desidratação) e antibióticos (para poder controlar a infecção).

Água mineral
Para evitar problemas, a água bebida deve ser sempre potável e, de preferência, industrializada (copinhos e garrafas de água mineral). Evitar água de torneira e de poços é uma medida bastante prudente.
Alimentos frescos (como frutas, verduras e legumes) devem estar bem limpos.
Cheque com que tipo de água esses alimentos são lavados. Eles podem conter protozoários (ameba e giardia) que podem demorar algumas semanas para manifestar os sinais da infecção.
A pessoa pode sentir que tem algum problema (cólicas, mal-estar, náusea e diarréia) apenas quando voltar para sua casa.
Duas causas importantes de infecção e mal-estar nas férias (hepatite A e rotavírus) são doenças que já podem ser prevenidas com vacinas, que já estão à disposição das pessoas nos centros de vacinação das grandes cidades.
Tomadas duas semanas antes da viagem, elas já garantem algum nível de proteção.
Cimerman avisa que outra doença que deve voltar com mais força ainda nesse verão é a dengue, transmitida por picadas de mosquitos.

Insetos
O calor e as chuvas dessa época do ano favorecem a proliferação dos insetos e aumentam o risco de contágio.
A dengue se assemelha a uma gripe muito forte com mal-estar, coriza, dor de cabeça, dores musculares e pode ter duração mais longa que um quadro gripal comum.
O tratamento é feito com repouso e remédios que controlam os sintomas.



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