São Paulo, domingo, 3 de janeiro de 1999

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MEIO AMBIENTE
Obras malfeitas e aumento de custos afetam projeto
Despoluição da baía de Guanabara
sofre atraso e está ameaçada

RONI LIMA
da Sucursal do Rio

Atraso de dois a três anos no cronograma de execução, obras malfeitas ou inacabadas e, em relação ao orçamento inicial, de US$ 793 milhões, um aumento nos custos de pelo menos US$ 210 milhões.
Esse é o balanço que associações de moradores e ambientalistas fazem do andamento da primeira etapa do PDBG (Programa de Despoluição da Baía de Guanabara) durante os quatro anos do governo Marcello Alencar (PSDB).
Em 95, o fim da maior parte das obras estava previsto para 98. O restante ficaria para 99. Agora, o governo que termina anuncia o fim da primeira etapa em 2003.
Ex-integrante do Conselho Estadual do Meio Ambiente e coordenador de uma ONG, Sérgio Ricardo de Lima, 31, diz que obras importantes não saíram do papel, como duas das oito estações de tratamento de esgoto e o aterro para o lodo que sobrará dessas unidades.
A usina de reciclagem de lixo e o aterro sanitário de Itaoca, no município de São Gonçalo, previstos para 95, ainda estavam sendo concluídos em dezembro. Assim, o lixo do município continuava sendo despejado no manguezal.
Para Lima, se não houver reversão do quadro, o novo governo não terá como concluir as obras, por falta de dinheiro para a contrapartida estadual aos recursos do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento).
Segundo documento da Secretaria de Estado de Obras e Serviços Públicos, de dezembro de 97, já naquela época o custo da primeira etapa do PDBG havia subido para US$ 1,003 bilhão.
O acréscimo deve-se a impostos não previstos e a taxas que o governo teve de pagar ao BID pelo atraso das obras, além da "ampliação dos empreendimentos da contrapartida (governamental)".
No item "ampliação", segundo Lima, estariam a revisão de obras malfeitas e aumento de custos ainda não explicados.



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