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Mensalidade aumenta mais que
inflação, e família perde renda
ANTÔNIO GOIS E
MARIANA VIVEIROS
DA REPORTAGEM LOCAL
As mensalidades escolares vão
pesar no bolso do paulistano neste ano. Se, por um lado, a renda
média mensal do trabalhador
ocupado vem caindo desde 1998,
segundo a Fundação Seade, por
outro, a inflação do setor educacional calculada pelo IPC (Índice
de Preços ao Consumidor) da Fipe em janeiro foi, mais uma vez, o
fator que mais pressionou o índice de inflação de janeiro.
O índice de inflação do setor
educacional (4,06%) é 9,7 vezes
superior ao da inflação do mesmo
período, que foi de 0,38%. Para
calcular a inflação no ensino, a Fipe leva em consideração os preços
das mensalidades de escolas e
universidades, além dos de material escolar e livros.
Esse aumento do setor acima da
inflação era previsto pela Fipe. "O
aumento dos preços na área de
educação está seguindo a tradição
de repor as perdas com a inflação
do ano anterior", afirma Juarez
Rizzieri, coordenador-adjunto do
IPC da Fipe.
O índice de 4,06% está dentro
das expectativas, e a fundação
ainda espera aumento em fevereiro. A inflação de 2000, segundo a
Fipe, girou em torno de 6%.
Segundo Rizzieri, o setor da
educação é um dos poucos que
tem mecanismos para conseguir
aumentos próximos ou até acima
da inflação. "Um dos fatores que
tornam isso possível é a demanda
existente", avalia.
Segundo o Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de São Paulo (Sieeesp), o reajuste médio das mensalidades no
Estado foi de 7%, mas chegou em
alguns casos a 15%. No ano passado, a média foi de 6%.
Universidades
No ensino superior, o Semesp
(Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de
Ensino Superior no Estado de São
Paulo) estima um aumento de 4%
nas mensalidades, mas o reajuste
em alguns cursos chegou a 15%,
como foi o caso dos cursos de medicina e enfermagem da PUC-SP.
A mensalidade desses cursos
para os novos alunos, sem descontos, é de R$ 1.700 para medicina e R$ 591 para enfermagem. Em
alguns cursos, no entanto, não
houve reajuste na PUC, como nos
de filosofia e serviço social.
Os reajustes das escolas e universidades particulares serão
mais sentidos pelos paulistanos
quando se leva em conta que a
renda média mensal do trabalhador ocupado vem caindo. De janeiro de 1998 até janeiro de 2000,
a queda na renda foi de 9,7%. Em
novembro de 2000, último dado
disponível, a renda média era de
R$ 889, R$ 2 a menos do que a verificada em janeiro de 2000.
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