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ANÁLISE
Dados de violência deixam muito a desejar
HÉLIO SCHWARTSMAN
DA EQUIPE DE ARTICULISTAS
As informações em segurança pública são hoje melhores do
que foram no passado, mas a
qualidade dos dados apresentados ainda deixa muito a desejar.
Até 1995, reinava o mais
completo caos. Cada delegacia
ou distrito divulgava, se queria,
a tabulação dos principais dados de seus boletins de ocorrência. Em 1995, lei estadual
determinou que os números
fossem centralizados pela Secretaria da Segurança Pública e
divulgados trimestralmente.
No que diz respeito à qualidade, o primeiro problema é a
precariedade da base. Boletins
de ocorrência, afinal, são o primeiríssimo registro de crime.
Muitas vezes, o que parecia ser
uma coisa revela-se, após a investigação policial ou o simples
transcurso do tempo, outra.
Um caso catalogado como lesão
corporal, por exemplo, pode
evoluir para homicídio -a estatística não capta a mudança.
Outra dificuldade é que boa
parte das vítimas de delitos
nem se dá ao trabalho de lavrar
o BO. A subnotificação estimada é de 2/3. Para além das limitações intrínsecas, contribuem
para a baixa qualidade dos dados a falta de padronização no
preenchimento dos BOs e os
casos indefinidos, sejam eles
reais ou estimulados por autoridades que queiram aparecer
melhor nas estatísticas.
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