São Paulo, quinta-feira, 03 de março de 2011

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Prefeitura precisa defender dinheiro público, diz Lembo

Secretário afirma que defesa ocorre mesmo à custa de medidas "antissociais"

Prefeitura informou não ter sido condenada na Justiça em definitivo nenhuma vez nos últimos dois anos


DE SÃO PAULO

Cabe ao município defender o dinheiro público mesmo que à custa de medidas "antissociais", afirmou Cláudio Lembo, secretário municipal de Negócios Jurídicos, ao falar sobre a demora e os recursos da prefeitura nos processos de pedido de indenização por enchentes.
A prefeitura, segundo ele, "não pode dispor do dinheiro público de forma aleatória", por isso recorre até a última instância -em vez de fazer acordo nos casos em que o cidadão consegue provar que a prefeitura teve participação no dano ao seu carro/imóvel.
De acordo com Lembo, o município tentou solucionar processos pela via administrativa, sem necessidade judicial, mas não houve êxito -o destino da maioria dos casos era mesmo a Justiça.
Oficialmente, ainda existe essa possibilidade; basta recorrer a uma subprefeitura.
A prefeitura disse não ter sido condenada em definitivo pela Justiça nenhuma vez nos últimos dois anos a indenizações do tipo.
Quatro ações foram julgadas improcedentes nos últimos dois anos, diz a gestão do prefeito Gilberto Kassab (DEM), por "imprevisibilidade das chuvas" e "ausência de comprovação da omissão culposa do município".
No caso de Macionil Machado dos Reis, a prefeitura ainda pode recorrer para retardar o pagamento. Em fevereiro, a Justiça mandou ressarcir o metalúrgico. Depois, há a fila dos precatórios (pagamentos determinados por ordem da Justiça), o que esticará a data de pagamento em mais alguns anos.
A administração não informou estatísticas sobre pagamentos de indenizações.

SEM IMPEDIMENTO
Em teoria, não há impedimento para que a prefeitura faça um acordo judicial.
Na prática, entretanto, os agentes públicos temem ser responsabilizados por mau uso do dinheiro público caso cedam. Há a hipótese, ainda, de serem questionados por aquelas pessoas com as quais o município tenha se recusado a fazer acordo.
Procurado, o governo do Estado disse não ser habitual ser responsabilizado pelas enchentes. O mais comum são processos contra a prefeitura, a quem cabe zelar pela "rede de água e esgoto".

Colaborou LUCIANO BOTTINI


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